Decisão
As árvores passavam voando por nós enquanto eu rasgava pela calçada, levando a picape de Bella ao limite. Como se apressar para dizer adeus à ela fosse tornar isso mais fácil.
“Diga alguma coisa”, ela disse desesperadamente.
Eu não consegui esconder minha irritação quando respondi. “O que você quer que eu diga?” Que eu me odeio por quase matá-la… novamente?
Com o canto do meu olho a vi encolher contra a porta da picape, e eu me castiguei. “Diga que me perdoa.” Sua voz era calma, mas suas palavras me cortaram por dentro.
“Perdoar você? Pelo que?” Ela não poderia estar tentando tomar a responsabilidade por aquela situação apavorante. Absurdo.
“Se eu tivesse sido mais cuidadosa, nada teria acontecido,” ela disse.
De forma alguma ela colocaria a culpa disso nela mesma – fui eu quem a arrastou até lá, forcei-a a suportar a festa que ela não queria, cercada por monstros sedentos por sangue. “Bella, você se cortou com o papel – isso dificilmente merece a pena de morte.” Se ela estivesse em qualquer outro lugar isso não seria um problema. De repente minha mente se encheu com a imagem da festa que Bella deveria ter tido…
“Ainda é minha culpa,” ela pressionou.