14 de jan. de 2011

O Lado Sombrio Da Lua - Cap 17!

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Capítulo 17 – Escapada



As espessas portas ornamentadas fecharam atrás de nós e os gritos diminuíram, para os ouvidos humanos, pelo menos.



Eu não só podia ouvir os gritos de terror e dor com meus ouvidos, mas em minha mente. Alguns lutaram, alguns imploraram, alguns oraram – mas de um por um, todos eles pereceram. Aqueles que não tiveram a sorte de estar na primeira onda de vítimas, inutilmente agarravam a porta, ganhando uma explosão de anestesia de Alec. Ele não estava preocupado com eles escapando, apenas com o desperdício de seu sangue na porta lascada, caso a sua pele ou unhas se rasgassem.



Misturado com os pensamentos do que estavam morrendo, estavam os dos consumidores – a espécie superior. Os vampiros podem considerar os humanos como gado, mas eles não são mais evoluídos do que os próprios animais. Hienas…



Não… abutres. Eles não se preocupam em caçar, e preferiam esperar pelos outros para conseguir suas presas, deixando-os apenas a tarefa de devorá-las. Bárbaros.



A revolta de Alice era tão completa que as palavras não podiam descrever os seus pensamentos; seus engolir em seco e mandíbula travada era seu único comentário.



Substituindo o clamor havia um único e arrepiante grito.



Bella.



Bella continuou a entrar em histeria, sua voz ecoando a dor impotente e desgosto terrível que enchia tanto Alice e eu. Enquanto os outros morreram, ela viveu – ainda cercada por criaturas sem caninos, ainda que letais. Não é à toa que ela estava quebrando.



Eu mal ouvi o aviso apressado de Demetri, “Não partam até escurecer.”



Marchamos pela recepção demasiado humana. Somando-se a normalidade surreal deste cômodo comparado com o sangue daquele que tinha acabado de deixar, uma balada sentimental dos anos setenta falava sobre velejar para Never Never Land.

Guiei Bella gentilmente, pronto para pegá-la caso ela desmaiasse. Ela estava segura fisicamente, mas eu tinha matado o seu espírito? Eu tinha roubado sua alma afinal?



Os pensamentos concentrados da curiosa recepcionista juntaram-se ao barulho na minha cabeça. Ele veste uma capa de um escalão superior, mas não janta com eles? Gianna assistiu Bella passar tropeçando. Ela não parece ser capaz de possuir as exigências para a imortalidade, pensou com mais de um toque de vaidade. E ainda assim ela vive?



Bella não pareceu registrar nada ao nosso redor, o som que saía de seus lábios vibrando ficando mais alto e estridente, como um bule chegando a fervura. Seus olhos vazios me assustaram mais… ela retrocedeu para a segurança de sua mente impenetrável, deixando-me sozinho.



Impotente para fazer qualquer outra coisa, perguntei: “Você está bem?” mas não obtive resposta. Ela encarava as portas que tínhamos acabado de passar, com lágrimas escorrendo pelo rosto, cada gota doce era uma lança no meu coração.



“É melhor fazê-la sentar antes de ela cair, ela vai desmoronar”, disse Alice. Não podemos partir ainda, pensou ela, lendo corretamente o meu desejo de arrastar Bella para longe desse outro mundo horrível.



Os olhos de Bella dispararam em volta, parando em Alice por apenas um segundo antes de voltar para as portas. Guiei-a para o sofá do outro lado da sala, tentando confortá-la com sussurros tranquilos. Ela não estava se acalmando, e seus lamentos romperam em soluços bruscos.



“Acho que ela está ficando histérica”, Alice adivinhou. “Talvez você devesse dar um tapa nela.”



Fiquei de boca aberta para ela. Bater em Bella? Meus dedos se enroscaram em si mesmos, prontos para atacar, não Bella, mas qualquer um que quisesse machucá-la… inclusive a garota magrela na minha frente.



As sobrancelhas de Alice arquearam un pouco quando Bella ofegou. Relaxe, foi apenas uma sugestão. Às vezes, só palavras são necessárias, ela pensou satisfeita. Aparentemente, a referência à violência tinha sido o suficiente para chocar Bella de volta para a coerência. Isso não me impediu de querer dar um tapa em Alice.

Bella voltou seu olhar vazio para mim, então piscou rapidamente, como se estivesse acordando de um transe hipnótico. Os soluços descontrolados se tornaram uma dor mais definida, mais silenciosa, mas mais triste. Culpada. Arrependida.



Puxei Bella para o meu colo, automaticamente cantando “Está tudo bem, você está segura.” Arrumei o manto para que sua a pele frágil estivesse protegida do meu toque não humano. Eu queria dizer a ela para não se preocupar, que iríamos encontrar uma maneira de mantê-la mortal – ela era invisível para os Volturi, eu poderia deixá-la a salvo – mas muitos ouvidos insensíveis estavam ouvindo.



“Está tudo bem, você está segura, Bella”, eu repeti. Com um soluço, o choro parou, mas as lágrimas continuavam a correr.



Alice tocou meu ombro. Está funcionando. Ela voltou sua atenção para Jasper, dando um suspiro de alívio quando ela o viu prometer a Carlisle esperar mais algumas horas antes de ir para a Itália ele mesmo. Estaremos em casa logo, pensou mais para ele do que para mim.



Bella respirou tremendo, e a agitação diminuiu. Mesmo através da lã grossa, pude sentir seu calor ao meu redor, colocando minha memória em vergonha. Quantos dias sem fim eu tinha sonhado em segurá-la com minhas mãos doendo para tocá-la mais uma vez? Sentado aqui, nesta prisão dos infernos, eu segurava em meus braços a fonte de um inferno que consome a tudo do tipo que Dante nunca imaginou, seu aroma delicioso incinerando-me de dentro para fora. E, no entanto, eu nunca quis deixá-la ir.



“Está tudo bem, você está segura. Vai dar tudo certo.” Mais e mais eu cantava as palavras, querendo que ela acreditasse em mim – querendo acreditar nelas eu mesmo. Mas como ela continuava a chorar, a verdade era evidente: ela finalmente compreendeu que tipo de monstros realmente éramos. Como eu iria sobreviver se a perdesse novamente?



Sua respiração lentamente voltou ao seu ritmo, e eu esperei que ela se afastasse do meu toque gelado.



Ela não se afastou.



“Todas aquelas pessoas,” ela disse áspera no tecido preto.



“Eu sei”. Eu queria dizer a ela que não éramos daquele jeito, que nunca poderíamos fazer algo tão brutal, mas o fogo sempre presente na minha garganta traiu a mentira. Bella tinha ouvido muitas mentiras de mim.



“É tão horrível”, ela disse, com a voz tremendo juntamente com o resto dela. Esperei um por um momento a retificação: Você é tão horrível.



Ela não veio, e um desejo familiar encheu-me. Mas eu realmente queria saber o que ela estava pensando?



Sempre consciente do seu débil estado mental eu respondi: “Sim, é. Queria que você não tivesse que ver isso.”



Eu queria… tantas coisas. Em meio ao arrependimento, em meio a dispensa iminente de Bella, o meu maior desejo foi cumprido. Meu anjo, meu frágil, desajeitado, lindo anjo tinha ressuscitado – literalmente saindo da sepultura, a fim de me salvar. Eu poderia me atrever a fazer outro desejo? Ou o destino torceria tal desejo em uma maldição envolta em uma capa preta?



Um grito particularmente doloroso veio da alimentação. Jane tinha encontrado uma vítima com cabelos longos e escuros que se assemelhava a Bella e estava exorcizando suas próprias frustrações na malfadada mulher. Ainda bem que Bella não podia ouvir o grito – ou gargalhada sádica de Jane.



“Brutos”, Alice sibilou só para mim. E eles se intitulam civilizados.



Com um último suspiro profundo e estremecido, Bella descansou a cabeça contra mim. Ela esfregou as lágrimas de suas bochechas com a lembrança negra que fui forçado a vestir e pareceu relaxar. Eu pensei que o pior havia passado. Então Gianna decidiu “ajudar”.



“Há alguma coisa que eu possa fazer por vocês?” a recepcionista perguntou. Suas intenções eram enraizadas em uma verdadeira preocupação, embora ela não quisesse perder a oportunidade de me impressionar, caso eu me tornasse alguém de importância na hierarquia dos Volturi.



Bella levantou o rosto para olhar para a mulher, a sua expressão uma mistura de surpresa e desconfiança.



“Não”, eu rebati, furioso por ela ter causado até mesmo um centímetro de separação entre Bella e eu.



Gianna não vacilou, acostumada com a volatilidade dos vampiros. Ela me deu um sorriso compreensivo e voltou para seu lugar, pronta para voltar, caso eu desse a menor indicação de que precisasse a sua assistência.



Bella observou-a sair. Quando Gianna tinha circulado em torno de sua mesa, Bella sussurrou: “Ela sabe o que está acontecendo aqui?” Não perdi a acusação em seu tom.



“Sim. Ela sabe de tudo.” E ela quer o que você quer… o que você queria.



Uma careta enrolou os lábios ainda mais apertados de Bella. “Ela sabe que eles vão matá-la um dia?”



“Ela sabe que é uma possibilidade”, disse com cuidado. Sua expressão violenta desapareceu, e os olhos de Bella arregalaram com espanto evidente. “Ela está esperando que eles decidam ficar com ela”, eu expliquei.



Bella empalideceu. “Ela quer ser um deles?”



Eu balancei a cabeça, a minha culpa se envolveu na alegria crescente em seu uso da terceira pessoa. Tão horrorizada como Bella estava, ela não me colocou com o grupo de assassinos se fartando a metros de distância.



Seu sussurro mal subiu acima da anônima música. “Como ela pode querer isso? Como ela pode assistir as pessoas fazerem fila para aquela sala horrível e querer ser parte daquilo?”



Ela esqueceu tudo o que eu a disse? Todos nós queríamos fazer parte daquilo – o desejo por sangue humano era como uma parte de mim, como meus dedos e minha pele. Eu só queria outras coisas mais. Por não ter palavras, meus olhos foram atraídos para seus lábios cor de rosa.



“Ah, Edward”, ela choramingou, seus soluços mais altos do que antes. Mas ao invés de me empurrar para longe, ela jogou a cabeça no meu peito.



Hesitante, eu afaguei suas costas. Se ela estava com medo de mim, por que ela estava se agarrando a mim? “O que foi?” Eu perguntei.



Para minha surpresa… e prazer… ela se apertou ainda mais contra mim, envolvendo os braços ao meu redor em um abraço estrangulado. As lágrimas de Bella eram fogo líquido no meu pescoço, escorrendo pelas dobras do tecido para o meu peito nu. “É realmente doentio da minha parte que eu esteja feliz agora?” ela sussurrou.



Automaticamente apertei meu abraço em volta dela, segurando-a tão firmemente quanto eu ousava, meu amor exuberante demais para palavras. Tecida em suas palavras, seu abraço, suas lágrimas, estava uma verdade. Ela ainda me amava. Nem mesmo o momento em que ela tinha caído nos meus braços embaixo da torre do relógio era tão doce, pois agora eu sabia que ela estava viva, não uma imitação barata que eu havia conjurado em minha mente, e que suas ações tinham sido baseadas não em altruísmo, mas na afeição que ela ainda sentia por mim em seu coração.



Tudo o que eu sempre quis, tudo o que eu tinha sido tolo o suficiente para deixar para trás, estava sentada em meus braços, segura, protegida. Os sons da morte e da tortura foram apagados pelo bater palpitante de seu coração enquanto ele batia vida no meu. Depois de todas as tribulações – todo o medo, horror, morte – a minha Bella, meu frágil pedaço do céu, queria permissão para estar feliz.



A última vítima entregou o sangue de sua vida com apenas um choramingo derrotado, lembrando-me que este lugar dificilmente era um que inspirava alegria. E ainda assim era tudo que eu podia sentir. “Eu sei exatamente o que você quer dizer”, sussurrei, relaxando meu abraço o suficiente para ela colocar a cabeça no meu peito e respirar. “Mas temos muitas razões para estarmos felizes. Uma delas é estarmos vivos.” Você está viva.



“Sim, essa é uma boa.”



Sua voz suave penetrou em mim como um bálsamo, enchendo-me com tanto amor que eu só pude sussurrar: “E juntos.” Nada poderia me fazer mais feliz.



Ela concordou com a cabeça, e enquanto meu coração se alegrava, aquela vozinha de alerta em minha mente me perguntava se eu tinha dito algo errado.



Tentei alegrar seu espírito. “E, com alguma sorte, ainda estaremos vivos amanhã”.



“Tomara”, disse ela, descrença permeando suas palavras.



Alice imediatamente captou o tom de Bella. “As probabilidades são muito boas.” Ela concentrou em Aro e o viu mandando Alec para nos libertar depois que os últimos remanescentes do massacre haviam sido erradicados. Olhando mais a frente, ela foi saudada pelos olhos cheios de amor de seu companheiro. Um retrato breve de mim, deitado com uma Bella adormecida, terminou a incursão de Alice no futuro. “Verei Jasper em menos de 24 horas”, disse ela. Realmente acabou.



A carranca de Bella me surpreendeu – ela perdeu a fé nas visões de Alice? Ou foi a perspectiva de ver Jasper novamente fazendo com que ela se preocupasse? Ela tinha sido inflexível quanto a livrá-lo da culpa meses atrás, ela tinha retirado o seu perdão?



Eu toquei o roxo sob os olhos dela, outro sinal de sua fragilidade física. A exaustão estava claramente cobrando sua parte em minha amada; talvez ela estivesse disfarçando suas respostas também.



“Você parece tão cansada,” eu disse.



“E você com sede”, respondeu ela, observando os meus próprios olhos de ébano. Sua preocupação desapareceu em preocupação altruísta, e eu tive que reprimir um gemido. Minha Bella sempre encontrava uma maneira de colocar-se por último.



Poderia ela entender o quão pouco a minha sede me afetava agora? Eu poderia estar parado em uma poça de sangue que isso significasse mantê-la segura. “Não é nada.”



“Você tem certeza? Eu poderia me sentar com Alice”, disse ela sem entusiasmo. Sua mão apertou em torno de um punhado de capa, e eu tomei um prazer perverso em sua mentira.



“Não seja ridícula.” Os olhos de Bella desfocaram quando eu exalei. No começo me preocupei que ela pudesse ter ficado chateada mais uma vez, mas então seu coração saltou uma batida. Eu meio que esperei que o meu coração compensasse a batida perdida quando percebi que eu a tinha deslumbrado… que eu ainda podia.



“Eu nunca estive em melhor controle dessa parte da minha natureza do que agora.” O outro lado da minha natureza ansiava para eu abrir o meu manto um pouco mais para que ela pudesse esfriar sua bochecha contra a minha pele nua. Controlar esse impulso levou muito mais esforço do que uma simples engolida.



Bella se recuperou de minha distração involuntária. Sua testa franziu, e ela começou a dizer algo, mas depois de uma rápida olhada em direção a recepcionista, ela abruptamente selou os lábios firmemente. Uma infinidade de emoções desfilou por seus olhos… raiva, medo, desespero… tudo desvanecendo com um suspiro cauteloso.



Tínhamos muitas coisas para discutir, uma delas sendo a desculpa já de longa data que eu devia para ela. Mas este não era o lugar – não enquanto ainda estávamos em cativeiro. Mas em breve.



Enquanto Bella olhava para mim, eu detalhei cada mínima mudança em sua aparência. Nos meses que eu tinha partido, ela continuou a envelhecer, parecendo mais madura do que seus dezoito anos e meio. Os sulcos em suas bochechas, a proeminência do queixo… todas as coisas que eu atribuía a um fantasma… falaram do momento difícil que ela passou durante a minha ausência. Seu cabelo fino estava meio tom mais claro e estava caído em seu couro cabeludo. O roxo sob os olhos dela era mais profundo do que o causado pela perda de uma única noite de sono – eu achei que rivalizava com os anéis sob os meus.



Eu deslizei minha mão sob seu punho, e ela concentrou seu aperto em volta dos meus dedos. A definição impressionante dos ossos da sua mão e punho fez meu estômago vazio dar um nó doloroso. Tão insubstancial quanto ela tinha sido antes de eu ter partido, não precisava de uma escala para me dizer que ela tinha perdido um pouco mais de quatro quilos. E isso foi depois que ela começou a se recuperar? Eu merecia ser esfolado vivo pelo que tinha feito com ela.



Alice interrompeu meus pensamentos culpados. “Então, você correu todo o caminho de Roma? Não acho que essa é a melhor maneira de chegar em casa.” Ela falou rapidamente, consciente da humana intrometida na mesa do outro lado da sala.



“O que você sugere?” O olhar de Bella desviou para os meus lábios enquanto eu falava, mas ela não parecia compreender o que eu dizia.



“Nós viemos através de Florença, mas não tivemos tempo para realmente ver as vistas. A viagem de carro foi fantástica, no entanto.” Ela riu, esperando encontrar um automóvel igualmente responsivo para nos levar para casa.



“Você teve mesmo sorte com o carro. Precisaremos de um com quatro lugares de verdade nesta viagem.”



“Ela poderia sentar em seu colo”, ela sorriu. Pelo menos eu dirijo. “Se pudermos encontrar um carro rápido o suficiente, vamos chegar em Florença a tempo.”



Os olhos de Bella brilharam quando ela olhou para Alice, e ganhei um piscar de olhos de minha irmã. Seu olhar não demorou, no entanto, e ela voltou a inspecionar meu cabelo.



Ela é realmente especial, Edward. Veio atrás de você sem hesitar um segundo. Alice não quis que o pensamento continuasse, mas captei a essência. Bella não teria deixado Itália viva se eu tivesse conseguido.



Eu jurei que nunca mais iria colocá-la nessa posição novamente.



Alice seguiu em frente, imaginando Florença e mentalmente passando por nomes como Prada, Armani, Versace como se estivesse fazendo uma lista de chamada.



“A tempo de quê, Alice?” Perguntei, com medo da resposta.



“Só para umas comprinhas. Esta é a minha primeira vez na Itália, sabe.” Gucci, Ferragamo, Luisa… A lista continuou.



“Bella não estará em condições para uma expedição mais longa. Há pessoas esperando por nós para chegarmos em casa”, eu disse quietamente. Apenas alguns ficariam felizes em me ver… Charlie definitivamente não seria um deles.



Alice concordou com a cabeça, sabendo como Jasper estava ansioso.



Bella reposicionou sua mão para que ele estivesse descansando em meu coração e eu me inclinei e beijei seu cabelo. Morangos… ela ainda estava usando o mesmo xampu. Cobri sua mão com a minha, e depois de um segundo ela esticou os dedos para que os meus pudessem se entrelaçar com os dela. Ela não olhou para cima até que Alice falou.



“O que foi toda aquela conversa sobre cantoras?”, perguntou Alice.



Bella se interessou quando expliquei como ela era o que Aro chamava de La Tua Cantante.



Alice riu. Que apropriado. Ela é sua cantora, você é a música dela.



O sangue dela poderia cantar, mas era apenas um refrão na sinfonia que era Bella.



Os devaneios de Alice continuaram, e ela não tão sutilmente levou seu caminho de volta para gastar tempo e dinheiro no bairro da moda de Florença.



“E quanto ao Charlie?” Perguntei, fazendo com que Bella não pudesse me ouvir. “Ele tem que estar fora de si.” Não especulei sobre que tipo de recepção que ele iria me dar; eu só podia esperar que a maior parte da sua ira caísse sobre meus ombros e não nos de Bella.



Vendo um Charlie nervoso cruzando outro número de telefone em uma longa lista de hospitais da área de Los Angeles, Alice ajustou seus planos. “Você tem razão. Talvez Jasper me traga de volta para o meu aniversário.” Muitas decisões nublavam seu futuro para ter certeza do que ele poderia lhe dar. Ela me deu um sorriso irônico. 28 de janeiro, marque no seu calendário.



“Estou vendo que você tem estado ocupada”, disse eu, pegando os pontos altos de sua viagem ao Mississipi. Alice não tinha aprendido muito de seu passado, mas enquanto me contava o pouco que tinha encontrado, ela olhou para Bella.



Se não fosse por ela, eu nunca teria descoberto.



Ao invés de reviver aqueles momentos macabros em Phoenix, beijei a testa de Bella. Ela não se mexeu, mas o seu rubor perfumado floresceu, aquecendo meu rosto assim como o dela. Eu ansiava por beijar seus lábios e sentir seus dedos enrolarem em meu cabelo – mergulhar em sua paixão desenfreada – mesmo que eu não pudesse retribuir. O coração dela sugeriu que o desejo ainda se escondia dentro dela, mas ela nem me incentivou a beijá-la, nem me dissuadiu. Talvez fosse este lugar, ou pura fadiga que influenciaram a ela. Isso explicaria porque ela só conseguiu dar um meio sorriso inarticulado quando me inclinei para trás.



Alice continuou a me preencher com os acontecimentos que eu tinha perdido. Ela tentou manter a conversa leve, mas quando as lembranças do remorso de Carlisle ou da melancolia de Esme rastejaram para dentro de mim, eu beijei Bella, sabendo que tinha causado ainda mais dor nela.



Catatônica… como com todo o resto, eu tinha subestimado a sua capacidade de sofrimento. Toquei meus lábios na ponta do seu nariz, desejando que algo tão simples como um beijo pudesse apagar todos os erros, todo o tumulto que eu causei. Talvez fosse isso que mantinha Bella tão quieta… eu ainda não havia pedido, e muito menos fui concedido, o seu perdão.



Finalmente, pensou Alice. Aro tinha acabado de decidir que estava escuro o suficiente para nos libertar. Ela também captou o resultado de outra decisão que ele tinha tomado. Gianna não receberia a promoção que esperava. Apertei o meu abraço em Bella. Se não fosse por conta da mente exclusivamente blindada de Bella, ele a teria condenado – e a mim – tão rápido quanto.



Como esperado, Alec foi escolhido para nos trazer a notícia. Ele parou para instruir Demetri antes de vir para nos libertar.



“Se eles causarem mais problemas, pode lidar com eles como você achar melhor”, disse ele no mesmo tom que eu teria usado para ler cotações do mercado de ações. Nosso destino era de pouco interesse para ele.



Ele entrou na recepção com um sorriso educado no rosto. Um gato de Cheshire do País das Maravilhas companheiro para a malvada Rainha de Copas de Jane, Alec exalava o mesmo charme açucarado padronizado que um vendedor de carros usados. Se ele tivesse tentado encantar a qualquer um, ele falhou miseravelmente. Bella se enterrou ainda mais profundamente nas dobras do manto sob seu olhar, seus dedos tremendo novamente.



Alec a ignorou. “Vocês estão livres para sairem agora. Pedimos que vocês não demorem na cidade.” Sua verdadeira disposição letal era evidente em seus olhos vermelhos sangue.



“Isso não será um problema”, eu disse, não me incomodando de velar o que eu achava de sua tentativa de civilidade.



Arrogante até o fim, Alec pensou antes de se afastar.



Bella deu uma respiração travada enquanto eu a ajudei a levantar, a cor retornando ao seu rosto quando a porta se fechou atrás de Alec.



Gianna agarrou a última oportunidade para se afirmar mais uma vez, vendo a nossa dispensa como uma possível abertura para ela. “Siga o corredor a direita ao virar a esquina para o primeiro conjunto de elevadores. O saguão é dois andares abaixo, e ele sai para a rua. Agora adeus.”



Alice captou a minha carranca e seguiu meu olhar. Adeus, de fato. Ela deu à recepcionista um olhar frio, sabendo que o destino da garota estava selado – e merecido. Gianna tinha ajudado a facilitar a morte de centenas de modo a ganhar a imortalidade para ela e não recebeu a simpatia da minha irmã.



A testa de Bella vincou quando passamos, comparando-se a aspirante a vampiro, eu imaginei. Gianna estava preparada para fazer qualquer coisa para conseguir o que queria… Bella estava? O que ela realmente queria?



Antecipando a liberdade, Bella se endireitou quando as portas do elevador se abriram no piso térreo. O brilho do crepúsculo fugaz iluminou através das portas de vidro da entrada, e sua passada acelerou.



Uma vez lá fora, ela tropeçou quando olhou para trás, por cima do ombro para a fortaleza. Se ela estivesse esperando alguém nos seguir, ela estava olhando na direção errada. Eles se escondiam acima, pulando de telhado em telhado, sombras negras no céu escuro.



Encontrarei vocês no portão, Alice pensou, delineando o seu plano para pegar as coisas dela e de Bella.



Olhei para o teto e levantei uma sobrancelha.



Obrigada, vou ter cuidado. Ela sorriu brilhantemente, em seguida, abaixou-se entre os prédios. “Eu vou levar só um momento, Felix”, disse ela, ao ouvir o vampiro Demetri ordenando o vampiro enorme para segui-la.



“Por que eu fico com a pequena?” ele murmurou para si mesmo. Eu poderia esmagá-la como um inseto.



“Ridículo”, grunhi, ignorando uma saudação bêbada de um dos foliões humanos. Se Felix já tivesse visto Alice brincar de captura com Jasper, ele poderia entender como ela era formidável. Ele teria sorte se colocasse um dedo nela antes de perder a cabeça.



Continuamos a negociar o nosso caminho através da multidão fantasiada. Com todos vestidos iguais, a aversão natural dos humanos estava atenuada. Vários sorriram com seus dentes de plástico e começaram a elogiar minha capa e tez pálida, antes que eles percebessem que havia mais em mim do que maquiagem.



“Non sei”, uma mulher começou, então se encolheu sob o meu olhar de desprezo. “…terribili?”



Acima de mim, Demetri riu. Eu não acho que você seja tão terrível.



Bella de repente apertou seu abraço em volta da minha cintura, fazendo-me perguntar novamente se não havia algo extra-sensorial sobre a sua percepção. Mas não foi Demetri que ela tinha notado.



“Onde está Alice?” Ela ficou nas pontas dos pés para tentar ver a multidão, com a cabeça girando em volta descontroladamente.



Eu toquei meus lábios nos seus cabelos antes de responder. “Ela foi pegar suas bolsas de onde ela as escondeu esta manhã.”



Bella respirou fundo e soltou o ar, e seu pânico, saiu como uma lufada. Lavanda e frésia giraram em torno de mim, misturadas com o perfume delicioso do seu sangue. A queimação não pareceu tão intensa, nem foi nenhum problema para ser ignorado. Tendo a perdido uma vez, eu sabia que nunca mais teria sede por ela da mesma maneira.



Quando ela olhou para mim novamente, vi um vislumbre da Bella imperturbável que eu não tinha direito de chamar de minha. Os lábios dela suavizaram, e ela quase sorriu. “Ela está roubando um carro também, não é?” ela disse, com voz baixa conspiratória.



Isto vindo da garota que me lembrou em mais de uma ocasião que ela era filha de um chefe de polícia. Eu quase ri alto. “Não até que estejamos do lado de fora.”



Eu não pude evitar de me curvar para ela. Ela estava segura, e eu a teria só para mim, pelo menos nas próximas 12 horas. Não uma fantasia, não uma memória, mas a minha Bella real, humana, e perfeita. Somente mais alguns quarteirões e estaríamos verdadeiramente livres.



Bella tropeçou novamente, seus olhos presos nos meus, e eu reposicionei meu braço para que eu pudesse facilmente levantar a sua leve estrutura, no caso de ela cogitar cair.



Meio que a carregando, nós fizemos um melhor tempo, chegando a abertura no muro da cidade quando Alice apareceu em um Audi preto.



Caminhando sob a ponte levadiça, Bella olhou para cima e tremeu, fazendo-me perguntar o que a incomodava. Nossa escolta tinha pulado para o nível da rua e permaneceu à margem da multidão, então não havia nada de ameaçador acima de nós. As pontas de madeira não seriam páreo para mim, com certeza ela sabia disso.



“Estarei vendo vocês”, disse suavemente Demetri, restabelecendo a minha impressão digital mental em sua mente. Ele pode ser capaz de me encontrar, mas não pude encontrar nenhuma evidência da essência de Bella em seus pensamentos. Escondi meu sorriso quando ajudei Bella a entrar no carro. Antes que eu entrasse no lado oposto, dei a Demetri um olhar maligno. E nós vamos vê-los chegando, eu quis dizer. Mas nem mesmo eu era tão arrogante para provocá-lo tão perto de liberdade.



Sem uma palavra, abri a porta atrás de Alice e se sentei ao lado de uma Bella atordoada. Ela deu uma olhada dupla entre mim e Alice, então deslizou sob o braço que eu ofereci. A princípio a reação dela me deixou confuso, mas depois percebi que raramente compartilhamos o assento traseiro. A ironia do fato não se perdeu em mim – os adolescentes, especialmente adolescentes homens, consideravam o banco de trás de um carro como seu playground. E enquanto eu não era uma criatura assim tão básica, tive que admitir que ser capaz de concentrar toda a minha atenção em Bella era muito agradável.



“Sinto muito. Não havia muito o que escolher”, disse Alice, com os olhos sorrindo para mim nos espelhos. Você quase não deu um A8 para Carlisle?



Eu quase dei, até que vi a versão AMG da Mercedes. A idéia de adquirir um Audi não tinha totalmente me deixado, no entanto, e estar sentado em um lembrou-me o quanto gostava desse carro. Não era como se eu não pudesse pagar pelos dois… Olhei para Bella. Sua picape antiga não poderia durar muito mais tempo…



Chicotando pelas curvas, Alice gemeu. Mesmo com a sua construção alemã precisa, o carro não conseguia fazer as curvas perto da velocidade de três dígitos como seu veículo anterior. Nós tivemos uma ótima viagem de ida, pensou ela, e eu fui recompensado com uma imagem do painel e a cor de abelha do Porsche que ela tinha roubado.



Eu sufoquei uma risada. Ela colocaria qualquer ladrão de carros no chinelo. “Está tudo bem, Alice. Eles não podem ser todos 911 Turbos”.



“Talvez eu tenha que adquirir um desses legalmente. Ele era fabuloso.” Até Bella gostou. Ela me mostrou o rosto de meu amor, cercada por couro preto e a paisagem como um borrão fora da janela ao lado dela. Toda vez que Alice tocava os freios a caminho de Volterra, Bella se inclinava para frente, em silêncio, desejando que o carro acelerasse.



“Vou te dar um de presente de Natal.” Era o mínimo que eu podia fazer. E talvez um A4 ou TT para Bella.



Com um enorme sorriso, ela disse, “Amarelo”.



Claro que sim. Sutileza nunca foi o forte de Alice.



Enquanto ouvia a nossa brincadeira rápida, Bella reclinou contra mim. Sua cabeça repousou no meu ombro, seus cabelos caindo sobre os olhos enquanto olhava pelo pára-brisa.



“Você pode dormir agora, Bella. Tudo acabou”, eu disse baixinho. Afastei seus cabelos para trás, querendo ter a minha visão de seu rosto desobstruída, mesmo enquanto ela dormia.



Ela engoliu alto e se endireitou. “Eu não quero dormir. Não estou cansada”.



Outra mentira – ela estava mentindo para mim ou para si mesma? “Tente”, eu disse, soprando a palavra para ela. Só força de vontade a estava mantendo acordada – por quê? Eu beijei um local particularmente sensível abaixo da orelha dela, ostensivamente para incentivá-la a fechar os olhos, eu disse a mim mesmo, mas aproveitando o arrepio que nós compartilhamos da mesma forma.



Bella pestanejou, mas ela sacudiu a necessidade de fechar os olhos completamente.



“Você ainda é tão teimosa”, eu suspirei, tentando uma última vez coagi-la para dormir, mas ela se recusou a se deslumbrar dessa vez. Ela também não ofereceu uma explicação.



A minha curiosidade foi perdida no inocente pedido por compreensão em seus olhos sombreados. Eu não podia discutir mais. Eu tinha certeza que se começasse a cantarolar ela não seria capaz de ficar acordada, mas não fiz. Talvez ela desistisse e descansasse no avião; ela merecia a paz que o sono trazia.



Eu não a ajudei a ficar acordada, no entanto, em silêncio fazendo carinho em seu braço ou nas costas. Alice era a nossa única platéia, e ela se ocupou cantarolando mentalmente uma antologia do Police que ela sabia que eu gostava particularmente. Bella dividiu sua atenção entre mim e o caminho adiante, se mexendo quando sentia a cabeça caindo. Era o máximo de privacidade que poderíamos pedir – e ainda assim fiquei quieto.



Por um tempo esperei Bella falar, para tentar conseguir uma pista de onde seus pensamentos estavam. Eventualmente, admiti meu egoísmo… Bella parecia contente em estar comigo agora; qualquer pedido de desculpas que eu tentasse serviria apenas para lembrá-la de como eu não só tinha quebrado seu coração, mas a coloquei em perigo mortal. Mesmo que seu silêncio fosse uma evidência de sua desconfiança justificada, seu aperto inabalável em mim provava que ela encontrava algum conforto na minha presença. Então mantive o silêncio, encontrando muito mais do que o conforto em seus braços.



Com um suspiro, Alice relutantemente desacelerou e se fundiu com o fluxo de carros que se dirigiam para Florença. No começo pensei que o tráfego arrastando-se era a causa de sua irritação, mas eu deveria ter desconfiado.



Somente Milão bate Florença na moda, ela pensou melancolicamente. Ela conferiu o relógio no painel, o carro acelerou para frente. Nós ainda podemos conseguir. Eu estava muito imerso nos movimentos de Bella para ver o que Alice estava planejando, e porque a escolha do motorista de ultrapassar o sinal à nossa frente fazia alguma diferença.



Com uma acelerada abrupta, ela seguiu o carro através do cruzamento, costurando entre o cruzamento.



“Alice…” Avisei. Bella não tinha visto a quase-batida, felizmente.



“Você sabe o que dizem, Edward, ‘sem camisa, sem sapatos, sem serviço.’ Nós só temos cerca de dez minutos antes da loja fechar, de qualquer maneira. ” Ela fez uma pausa, necessitando de apenas um décimo de segundo para verificar a nossa agenda. “Sim!”



Bella ficou em silêncio durante a nossa rápida conversa, espreguiçando um pouco quando paramos em frente a uma fileira de lojas de roupas fechadas. Poucos turistas vagavam pela rua; apenas uma loja do outro lado ainda brilhava intensamente.



“Eu tenho sapatos”, lembrei a Alice quando ela saiu correndo do carro.



“Desde quando é que isso interessa? Você tem sorte da A. Testoni já estar fechada.” Ela encontrou a vendedora na porta, e com um aceno de seu cartão de crédito, foi escoltada para dentro.



Bella esfregou os olhos e tentou esconder um bocejo. “O que Alice quer, Alice consegue”, disse ela.



Eu ri e soltei meu abraço nela, dando-lhe ainda uma outra chance de se separar de mim, esperando que ela não se movesse nem um centímetro.



“Felizmente, ela também é rápida.” Dentro da loja, Alice já tinha duas roupas escolhidas e dobradas sobre o braço da mulher.



Bella suspirou e franziu a testa. Algo que eu tinha dito a chateou, de novo, mas o quê? Eu não podia acreditar que ela queria fazer compras com Alice. Ela se mexeu, mas não deixou nenhum espaço entre nós, contradizendo sua angústia.



Acariciei seu cabelo, e ela virou o rosto para que minha mão roçasse seu rosto a cada passagem. Pelo menos o meu toque lhe agradava, se minhas palavras não fizessem isso.



Em tempo recorde, Alice tinha completado a transação e parou à porta da loja, esperando. Pegue nossas bolsas. Vamos apanhar um táxi daqui. Ela viu que o nosso carro já havia sido reportado como roubado e iria atrair atenção indevida sob as luzes brilhantes e câmeras de segurança no aeroporto.



“Bella, nós vamos deixar o carro aqui e pegar um táxi para o aeroporto. Alice pode providenciar para que você possa se trocar e usar o banheiro, se quiser.”



Ela não se mexeu no início, então respirou fundo e deslizou para longe de mim. “Eu gostaria disso, na verdade.” Os lábios dela incharam quando ela deslizou a língua nos dentes. Com uma careta, ela estendeu a mão no banco da frente e pegou sua mochila.



Escoltei Bella ao outro lado da rua. A proprietária nos convidou e trancou a porta atrás de nós. “Questo senso, signore.” Ela fez sinal para trás, olhando para o meu manto e corretamente adivinhando onde eu estava.



“Grazie”, respondi.



Alice passou um braço em torno de Bella, roubando-a para longe de mim.



“Aqui está, Bella. Tirei todas as etiquetas, a roupa está pronta para vestir.” Ela parou ao lado de uma cortina. “Suas roupas estão lá, Edward. Nós vamos levar apenas um minuto.”



Beijei a bochecha de Bella e preparei-me para deixá-la fora da minha vista. “Voltarei em um flash.”



Bella acenou com a cabeça, mas os nós de seus dedos estavam brancos quando apertou suas mãos juntas. Lentamente, ela deixou Alice levá-la ao fundo da loja. “Eu trouxe roupa para me trocar”, ela tentou argumentar.



“Moletons não constituem roupa, Bella,” Alice replicou.



Eu me troquei. A proprietária ainda levantou as sobrancelhas quando saí do provador tão cedo, mas eu estava além do ponto de me importar.



“Muito melhor”, disse Alice, olhando a minha nova camisa e calças. Ela tinha a minha jaqueta nova envolta no braço. Podemos nos livrar disso? Se referindo a capa enrolada em minha mão.



“Eu vou cuidar disso. O carro?”



Alice riu. “Voltarei em um flash”, disse ela, imitando-me um pouco bem demais. “Encontro vocês lá fora.”



Não respondi, vendo Bella caminhar em minha direção com ritmo decisivo em seus passos. Ela brincava a barra da blusa nova verde-mar. Coube perfeitamente, é claro, enfatizando sua maturidade e beleza. A visão me deixou mudo.



Peguei a mochila de Bella e ofereci-lhe meu braço. “Vamos?” Eu disse com voz rouca.



Com cuidado, ela envolveu a mão sob meu cotovelo e balançou a cabeça novamente, com um pouco mais de entusiasmo desta vez, mas não sorriu.



Essa era a única coisa que eu estava esperando… seu sorriso. Embora ela se agarrasse a mim e parecia gostar do meu toque, sempre havia uma hesitação, uma incerteza em cada movimento. Ela queria ficar comigo, mas tinha medo também. Ou era outra coisa?



Até que ela me dissesse, eu não saberia.



Saímos da loja e encontramos Alice na calçada. Ela ergueu o braço, mas o primeiro táxi não parou. O segundo táxi vai parar, ela pensou, vendo o carro branco guinchar em uma parada e depositando seus passageiros bem na nossa frente. Ela viu uma mulher diferente de cabelos escuros saindo do carro e me reconhecendo. Quem é ela? Alice perguntou.



Notando o beco vazio perto de nós, puxei meu braço da mão de Bella às pressas. “Vou me desfazer disso. Vou levar apenas um minuto.”



Bella me olhou com curiosidade. “Hum, ok?”



A porta do carro abriu quando saí em disparada. Esquivando-me no beco próximo, larguei o uniforme dos Volturi no lixo e me achatei nas sombras. A mulher e sua amiga saíram do táxi e se dirigiram para a loja que tínhamos acabado de sair. As luzes apagaram assim que ela chegou à porta.



“Droga, eles acabaram de fechar!” A voz da primeira mulher não era uma que eu conhecia. “Ah, bem. Talvez possamos encontrar um café na praça. Eu não acredito na pechincha que você conseguiu nessa bolsa!”



O tom do Texas da sua companheira era inconfundível, no entanto. “Eu sei! Eu deveria comprar mais quatro ou cinco e vendê-las em casa.” Marcy, a mulher que sentou ao meu lado no vôo vindo do Rio de Janeiro, estava viva e bem… e ostentando uma nova bolsa. “O café parece boa idéia. Podemos planejar nossa agenda para amanhã. David não pode esperar mais”, disse ela com falsa seriedade. Sua mente visualizou a imagem que ela tinha visto na brochura no avião, e então se lembrou de mim. Espero que ele esteja melhor, ela pensou por alguns instantes.



“Perfeito”, foi a resposta ansiosa de sua companheira. As duas caminharam pela rua, discutindo os prós e contras de um homem feito de pedra. Nenhuma me notou quando atravessaram a entrada do beco.



Ignorando seus pensamentos lascivos, juntei-me a Bella no táxi. Ela olhou para mim com um suspiro aliviado e inspecionou o sorriso que lhe dei. Levantei a mão dela, olhando seu rosto enquanto acariciei sua palma da mão com meus lábios. Seu pulso disparou, e sua respiração acelerou, como sempre. Mas nenhum sorriso acompanhou a reação.



Depois de alertar o motorista em impecável italiano para pegar o caminho mais direto para o aeroporto, Alice olhou por cima do ombro e viu a preocupação vincar minha testa quando Bella se aconchegou em meu ombro. Ela está exausta, Edward. Uma vez que durma um pouco, ela estará de volta ao normal. Ela me mostrou o sorriso que eu estava procurando brilhando para mim à luz do luar.



Forcei um sorriso para ela como um agradecimento.



Passamos pelas mulheres de quem eu tinha me escondido, e Alice olhou para mim novamente. Você a conhecia, não é? Ela analisou as visões que teve de mim, vacilando novamente com o número de vezes que ela me viu morrer. Quando o panfleto para Volterra apareceu na mão de Marcy, ela sorriu. Acho que você salvou a vida dela. Alice tinha visto como meu futuro se desenrolou com base naquela conversa, não o da humana.



Dei de ombros, mas não pude evitar sentir como se eu tivesse marcado outra vitória sobre os Volturi. Mesmo que outro tenha tomado seu lugar, Marcy viveu, e voltaria para sua família, sã e salva.



Assim como Bella.

Fonte: Foforks

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