19 de jan. de 2011

O Lado Sombrio da Lua- Cap 18- Parte 2

Sem palavras – Parte 2
Minhas próprias palavras retornaram com uma vingança. “Eu sempre vou te amar… de uma forma.” Será que Bella repetiria essa mesma frase novamente para mim?
Voltando para o portão de embarque mais uma vez, Bella não resistiu quando eu a guiava para Alice. Ela se sentou ao meu lado, e com um suspiro resignado, deixou sua cabeça descansar no meu ombro.
Eu poderia suportar ser “apenas amigos” com Bella, ou o destino tinha encontrado a punição perfeita por ter interrompido os planos dele?
“Você pode tê-la de volta, mas você vai ter que assisti-la amar outro,” os encapuzados avarentos gargalharam.
Ao invés de saciar a minha atormentadora imaginação, eu escolhi viver em negação. Bella estava aqui, comigo, agarrando meu braço, apertando sua bochecha no meu ombro. Independentemente de haver ou não outro não importava.


A etapa final da nossa viagem para casa começou com uma lenta caminhada pelo avião. Bella ainda lutava contra suas pálpebras, mas o resto do seu corpo tinha se rendido. Ela desabou em sua cadeira, mas ainda assim conseguiu acenar para uma atendente. Mais Coca-Cola. Teimosa, teimosa, Bella.
O céu se iluminou, o amanhecer nos perseguindo a oeste. Bella voltou ao seu lugar em meus braços, e eu continuei a traçar os contornos de seu rosto e pescoço. Como um amigo, eu não seria concedido este privilégio de novo, e aproveitei totalmente enquanto eu tinha a chance. Beijei-a muitas vezes, observando como ela não recuou nem hesitou quando os meus lábios tocaram ela.
Aproveitei a oportunidade para beijar-lhe o pulso, selando a minha promessa de nunca permitir que a perfeição que corria sob a pele de papel fino dela seja contaminada pelo veneno nunca mais. O pulsar suave de sua veia contra os meus frios lábios inflexíveis me cambalearam. Bella estava realmente aqui, viva. Como eu pude deixá-la?
Eu quase implorei o seu perdão – deixando a esperança alimentar o fogo do toque de Bella. Haveria tempo para conversar mais tarde.
Deixei meu dedo seguir o contorno sob seus olhos enquanto eu considerava o que teria que fazer para manter minha promessa de protegê-la. Tão frágil e tão cobiçada por muitos, Bella estava em ainda mais perigo do que antes. Mantê-la segura de Victoria seria fácil, agora que nós estaríamos novamente em Forks. Os lobos, também, teriam de recuar para sua reserva preciosa uma vez que voltarmos. Os Volturi, entretanto, eram outra questão.
Bella pode ser rastreada pelos Volturi, mas eu não. E nem Alice.
Alice…
Esconder Bella de Demetri dependeria de Alice – só ela poderia nos manter longe para iludi-los. Mantendo Alice fora das mãos de Aro seria crucial … ela deveria ficar junto de Bella? Um déjà vu estranho passou por mim enquanto Bella fazia uma concha em meu rosto com sua mão.
Interrompendo o fogo da sua palma era o arco de gelo me lembrando o quão bem sucedido minha última tentativa de esconder dela tinha sido. Sua cicatriz arranhou meu queixo enquanto ela tirava sua mão. Quer Alice se juntasse a nós ou não, eu não iria deixá-la fugir dos Volturi sozinha. Esse era um erro que não seria repetido.
Demetri seria a chave. Neutralizá-lo seria uma prioridade, caso os Volturi agissem. Jasper teria algumas idéias interessantes…se ele ainda estivesse falando comigo.
Os dedos de Bella entraram no meu cabelo, e por um breve segundo tentador, eu pensei que ela poderia puxar minha cabeça para perto da dela. Ao invés de pegar um punhado de meu desarrumado cabelo, ela o penteou com os dedos. Meus olhos se fecharam, a sensação prazerosa demais para permitir que qualquer pensamento se intrometesse.
O resto do voo decorreu da mesma forma como o nosso anterior tinha. As pausas de Bella eram mais dramáticas, acompanhadas de olhos enrugados e lábios comprimidos, mas depois seus toques se tornaram cada vez mais pessoais, mais eróticos. Sua carícia final foi um contorno de meus lábios – e eu imaginei o beijo que ela não me deu.
Baixei a cortina sobre a janela quando os primeiros raios da manhã quebraram em cima do céu nublado de Washington. Quando o piloto pediu que os comissários de bordo preparassem para o pouso, Bella suspirou, enfeitada com meio do sorriso que eu amava. Não era bem uma expressão feliz, era mais parecida com a satisfação ou realização. Nós tínhamos chegado em casa, vivos.
O primeiro a sair do avião, eu enrolei meu braço sob o de Bella para que eu pudesse suportar a maioria de seu peso enquando andávamos para a saída do terminal. Eu não tinha pressa – mesmo sem a clarividência de Alice eu sabia que Charlie iria me colocar para fora logo que eu deixasse Bella. Ele não conseguiria me manter afastado, mas o pensamento de mesmo poucos metros nos separando me fizeram tremer como um viciado em recuperação. Então aproveitei ao máximo meus últimos minutos com ela.
Alice tinha abandonado o futuro em favor do presente. Ela arrastou a mim e Bella, ansiosa para ver Jasper. Quando ela o espiou pairando perto da saída, ela correu para o lado dele, e eu diminuí. Eles não se beijaram, eles nem sequer se tocaram, mas a adoração intensa derramava neles enquanto Jazz absorvia o carinho de Alice e depois a enviava de volta para ela, elevado a cem. Casais em torno de nós de repente se abraçavam ou se beijavam, sucumbindo aos efeitos do amor de meus irmãos amor um por outro.
Bella escondeu seu rosto contra meu peito e me sorriu, contente pela falta de controle do meu irmão pela primeira vez.
Mais abaixo da passarela, Esme não precisou da ajuda de Jasper, chegando primeiro em Bella. “Muito obrigada”, disse ela. Obrigada por salvar meu filho. Ela deu um abraço apertado em mim, seu lábio trêmulo.
Eu não sei o que faríamos se perdessemos você, Edward. “Você nunca vai me fazer passar por isso novamente”, ela disse, soando mais como um urso que uma mulher.
Sabendo que até mesmo um urso Kodiak não tinha chance contra ela, sorri, dando-lhe um brincalhão, “Desculpe, mãe.” Mas eu sussurrei em seu ouvido, “De verdade”.
Ela me deu um último forte aperto, feliz demais para dizer algo.
Nós sentimos tanto a sua faltafilho, Carlisle pensou, avaliando os meus olhos sedentos e sorriso exagerado. Você vai ficar. Ele não perguntou, ele ordenou. Ele também pegou Bella em um abraço – descansando seu braço sobre o meu, em um gesto sutil reconhecendo a minha ligação com ela. “Obrigado, Bella. Nós te devemos.” TantoPoucos poderiam ter feito o que você fez, ele pensou. Verdadeiramente ele a considerava parte de nossa família, seja mortal ou não.
Os olhos de Bella caíram. “Dificilmente”. Singela até o fim, ela caiu em meus braços.
Esme apoiou-a entre nós, lançando um olhar depreciativo em minha direção. “Ela mal pode ficar de pé. Vamos levá-la para casa.”
Sem sequer pensar duas vezes sobre a apetitosa fragrância de Bella, Esme nos levou para a passarela sombreada para a garagem. Ela está tão magra, e com olheiras, a minha mãe pensou, olhando para mim. Concordei, mas não devolvi o olhar. Bella pendurada entre nós como uma boneca de pano, sua cabeça pendendo de um lado para o outro como se a guerra contra o sono chegasse ao fim.
Carlisle seguiu atrás, catalogando, enquanto eu tinha os sintomas da desnutrição que Bella expos. Nenhum dos vocês dois parecem bem, ele pensou tristemente.
Ele já havia ligado para Charlie, dizendo-lhe que estávamos a caminho, e foi severamente repreendido pelo pai de Bella. Era a repercussão que Bella iria sofrer que preocupava Carlisle, mas eu sabia que Charlie iria tê-la quase sem culpa. Independentemente de quão bem ele a trancasse longe de mim, eu sempre estaria lá, nas sombras e ao luar, mantendo-a segura.
Novos pensamentos se intrometeram.
Ela  queria que você voltasse para casa. Ela não queria que nada assim acontecesseVocê sabe que Rose nunca iria querer que você fosse aos Volturi, Edward. Os pensamentos de Emmett eram um estrondo baixo harmonizando um pedido maior e mais musical.
Alice disse que ela tinha ido embora. Ninguém disse nada até que fosse tarde demais. Nós…Eu queria você de volta. Isso é tudo. Rosalie me chamou a atenção do outro lado da garagem. Eu sinto muito, de verdade.
Seus lábios se curvaram para baixo em um beicinho que Emmett pensou que era adorável, mas eu achei tão transparente quanto à preocupação de minha irmã.
Eu a ignorei, desejando que ela me tivesse concedido a mesma cortesia três dias atrás.
Não foi até termos chegado ao carro que Bella percebeu que Em e Rose estavam mesmo lá. Ela se moveu em meus braços… não a reação que eu esperava. Me preparei para levá-la para longe, me recusando a deixar Rosalie causar a Bella qualquer desconforto novamente. Atrás de mim, Carlisle estava preparado para intervir.
Esme leu o protecionismo na minha posição e tocou meu ombro. Foi tudo um mal entendido. Cerrei os punhos atrás das costas de Bella.
Ela não desistiu facilmente. “Não faça isso. Ela se sente horrível.”
“Ela deveria.” Mal-entendido ou não, Rosalie tinha ido longe para dar o golpe final – não importa quais eram suas intenções.
“Nãoo é culpaa dela,” Bella disse arrastando. Somente ela iria deixar tal estupidez passar com tanta facilidade.
Não foi culpa de ninguém, Carlisle acrescentou.
Esme acariciou delicadamente o meu braço. “Deixe-a fazer as pazes. Nós vamos com Alice e Jasper.” Agora acabou. Hora de  todo mundo voltar para casa de vez.
Não me mexi para mais perto do carro, sem se impressionar Rosalie continuou suas desculpas mentais.
Todos nós precisamos fazer as pazes, Edward, Emmett me lembrou, seus olhos dardejando para a sombra da uma menina em meus braços. Ela parece terrível. Ele ganhou rosnado de mim.
“Por favoooor, Edward,” Bella sussurrou.
Suspirei em derrota. Eu não poderia negar quando ela suplicava para mim. Rosalie segurou a porta aberta para que eu pudesse levantar Bella para o banco de trás. Ela pensou em dar um tapinha tranqüilizador em Bella, mas quando ela ouviu o rugido crescendo em minha garganta, ela reconsiderou.
Apenas um pouco possessivo, não estamos? Emmett pensou. Ele prontamente esticou o braço sobre o encosto do banco de Rosalie, uma barreira de alerta entre mim e sua companheira. Eu ri da sua hipocrisia.
Rosalie virou para o lado para que ela pudesse ver ambos Bella e eu. Ela tinha seu pedido de desculpas todo planejado. “Edward,” ela começou.
“Eu sei”. Eu teria ido embora por tanto tempo que ela esqueceu que eu já podia ouvir as palavras que ela pretendia dizer?
Ela me olhou por meio segundo, considerado o seu pedido de desculpas, e seguiu em frente. “Bella?”
Eu mostrei meus dentes a minha irmã por acordar Bella.
“Sim, Rosalie?” ela respondeu com cuidado. Ela se esforçou para manter os olhos abertos.
“Eu sinto muito, Bella. Me sinto miserável sobre cada parte disso.” Como de costume, a desculpa era para amenizar a dor de Rosalie, não reconhecer o sacrifício de Bella. “Estou tão agradecida que você foi corajosa o suficiente para ir salvar meu irmão, depois do que eu fiz. Por favor, diga que você me perdoa”.
Revirei os olhos. Me faça sentir melhor por quase ter matado você, Edward e Alice, por favor, Bella? Eu a imitei para mim mesmo.
Azedando ainda mais o meu humor, Bella deu a Rosalie um meio sorriso sonolento – mais do que eu tinha recebido durante a viagem inteira. Bella sempre seria muito mais do que eu poderia ser.
“É claruu, Rosalie. Não é suaa cuulpa. Sou eu quem saaaaltou… maldito penhasco. É clarooo que ti perdoo.” Bella murmurou.
Emmett cobriu a boca com a mão para abafar sua risada com o discurso sonolento. Eu sibilei para ele, mas ele apenas acenou. Eu sei que ela está cansada, mas ela parece bêbada. “Isso não conta até que ela esteja consciente, Rose”, ele riu e acelerou em direção à saída. Vamos levá-la para cama.
“Estou consciente.” A cabela de Bella caiu contra meu peito e eu não consegui evitar um sorriso.
“Deixe-a dormir”, eu disse, minha raiva rapidamente diminuindo. Satisfeita que ela tinha feito alguns progressos, a minha irmã jogou o cabelo por cima do ombro e virou-se para a frente enquanto Emmett saia do estacionamento.
Nós não tinhamos nem saído da propriedade do aeroporto antes que Bella finalmente sucumbisse ao sono. Ela se apertou contra mim, sua respiração e pulso firme e forte.
Ela não vai a roncar, não é? Emmett pensou. Talvez eu devesse deixar Carlisle dirigir. Ele não precisou piscar no espelho retrovisor para me dizer que estava brincando.
Rosalie olhou para trás, tentando ver Bella como família. Irmã. Ela tentou a palavra para ver como se sentia, mas não fez sua boca moldar o som. Seus pensamentos saltaram como uma pedra em um lago e pousaram em mim. “Edward, você pode me perdoar?” Eu sei que não pensei nas coisas bem o suficiente, mas eu não tinha a intenção de você ou Bella… e Alice se colocarem em perigo. Sinto muito.
Bella tinha ultrapassado Alice na estimativa de Rosalie? Isso era notável. Eu beijei a cabeça pendendo de Bella.
Edward, o que posso fazer para fazer as pazes com você? Já tunei seu carro… que tal o seu piano?
Eu poderia dizer que ela não iria parar de me importunar até que eu dissesse alguma coisa, e eu tinha visto recentemente o quão persistente que ela poderia ser. Eu realmente não queria que ela tocasse o meu piano também. Mas ela merecia perdão tão rápido?
A cabeça de Bella inclinou para a frente, mesmo inconsciente, ela não podia carregar rancor, e ela me incentivou a desistir do meu.
“Quanto tempo você esperou antes de me ligar aquela primeira vez, Rosalie?” Sussurrei. Posso perdoar, mas isso não quer dizer que eu tinha que facilitar para ela.
Ela se encolheu, dando a Emmett um olhar de lado. “Até que os rapazes saissem para caçar.” Emmett pegou a mão dela, demonstrando o seu apoio incondicional, sem julgamento. “Cerca de 20 horas, eu acho”, ela disse.
“E ainda assim você está me pedindo para lhe conceder o perdão por um erro que quase não matou só eu e Bella, mas Alice e Jasper provavelmente, em menos de 20 minutos?” Emmett me lançou um olhar, mas não podia argumentar. “Eu deveria estar lisonjeado com a sua hipótese de minha compaixão ou ofendido por sua subestimação da minha ira?”
Rosalie suprimiu sua raiva com algum esforço, mas um pensamento escapou. Você teve bastante tempo no vôo para casa.
Rosnei. Superficial? O caráter de Rosalie era fino como papel.
“Não use os meus pensamentos contra mim. Você sabe que eu não posso evitar isso”, ela rosnou, revelando a Rosalie que eu conhecia tão bem. Ela respirou fundo. “Você está certo. Não é justo da minha parte pedir muito de você tão cedo.” Mas embora eu tivesse alguns motivos egoístas, eu não estava totalmente pensando em mim. Ela apertou o joelho de Emmett enquanto recordava o seu humor sombrio. Esme estava pior.
Emmett fez coro com suas próprias memórias consolando Esme e Rosalie enquanto esperavam por notícias da Itália. Todos nós estávamos preocupados.
“Este é um pedido de desculpas?” Eu disse, interrompendo os sons da nossa mãe chorando que permearam o cérebro Rosalie. Será que a minha tentativa seria melhor?
Seus pensamentos mudaram. Ela se viu em pé na grande sala de Tanya, olhando para as janelas, os joelhos bambos. “Quando me dei conta de como você deve ter se sentido com a perda de Bella, eu realmente me arrependi do que tinha feito.” Eu não poderia viver sem Emmett também, pensou ela, seu lábio trêmulo.
Ela entendia parte do que eu senti, mas eu não iria tolerar seu ciúme por mais tempo. “E ela?”
É tudo sobre a humana com você… Desculpe. “Se ela te faz feliz, eu vou encontrar uma maneira de aceitá-la.” Ela lutou contra a comparação entre a beleza de Bella e ela própria. Por que eu favoreci Bella sobre ela seria um mistério que ela nunca iria entender. E essa monstruosidade que ela dirige? “Será que podemos pelo menos fazer algo a respeito da picape dela?”
Acariciei o cabelo de Bella. “Isso é com ela.”
Rosalie se desculpou mais uma vez antes de forçar seus pensamentos em outros lugares. Discutimos o ressurgimento dos lobos, compartilhando uma risada quieta sobre como conseguir um pouco de sangue deles para Carlisle estudar. Eu não tinha que ver a sua mente para saber que ele estaria agonizando para fazer um estudo da fisiologia desta geração.
Emmett me deu uma passada pelas condições atuais de caça ao redor de Forks. Ele já havia encontrado um urso nas poucas horas que ele estava de volta e estava ansioso para encontrar outro. Não era a caça por sangue que me interessava.
Depois que verifiquei que Bella ainda estava dormindo, eu perguntei: “Você já pegou o cheiro da Victoria?” Vir atrás de Bella tinha assegurado a extinção de Victoria. Ela não iria me escapar novamente.
Tanto Emmett e Rosalie ficaram sóbrios. “Não. Mas chovia quando chegamos ontem. Eu só peguei um pouco do fedor daqueles lobos pulguentos perto da casa de Bella.” Decepção coloriu o relatório de Emmett – ele esperou encontrar-se com um lobisomem.
“Bella é amiga deles“, eu cusi.
“É, ou era?” Emmett perguntou, esticando a cabeça para olhar incisivamente para mim.
Mostrando meus dentes, eu sorri. “O que você acha?”
“Ótimo”. A casa da Bella não é territorio de ninguém…se eu pegar um ali mesmo, ele vai se dar mal. “Uma amostra de sangue chegando”.
Bella certamente argumentaria, mas ela não entendia quão perigosos os lobos eram. Felizmente a minha presença por si só deveria ser suficiente para dissuadir qualquer visita canina.
O resto do caminho passou calmamente, sem necessidade de intervenção. Emmett bufou ocasionalmente, perguntando se os lobos desta geração eram tão grandes como os que tinha encontrado anos atrás. Os olhos de Rosalie desviaram de espelho para espelho, verificando Bella, eu, e, claro, ela mesma. O resto do mundo era apenas um zumbido de fundo. Pelo menos até entramos Forks.
O telefone de Emmett tocou, tirando minha atenção de Bella. Eu verifiquei o carro atrás enquanto ele atendia.
“Encoste aqui, Em.” Eu ouvi a voz de Alice ecoar no telefone e os ouvidos do resto da minha família. Não devemos todos aparecer na casa de Charlie – ele vai sair com armas em punho se o que fazemos. Ela viu o que a vista de sete vampiros e uma filha inconsciente faria para o Chefe Swan, e ela não foi positiva.
“Ok”. Emmett não se preocupou em questioná-la.
Isso não vai ser bonito, Alice pensou enquanto o Volvo rolava até parar atrás de nós.
“Você quer minha ajuda? ” Jasper perguntou a ela.
“Não, obrigada”. Ele vai me odiar, não importa o que aconteça. Ela valorizava o respeito de Charlie mais do que ninguém.
Com cuidado para não acordar Bella, as portas do carro abriram e fecharam e Carlisle e Alice assumiram suas posições no banco da frente depois de uma rápida explicação. Emmett enfiou a cabeça antes de Carlisle fechasse a porta. “Não vá à caça de lobo sem mim, mano.”
“Emmett”, Carlisle avisou, mas ele se foi.
Carlisle estacionou no meio-fio e eu peguei Bella em meus braços. Por um último segundo de paz eu a segurei, beijando suas bochechas. Este era o lugar onde ela pertencia, mas eu não podia deixá-la ir, ainda não.
Carlisle parou no meio-fio e eu segurei Bella em meus braços. Por um último segundo de paz eu a segurei, beijando ambas as suas bochechas. Aqui era o lugar a que ela pertencia, mas eu não podia deixá-la ir, ainda não.
Carlisle abriu minha porta. “Hora de levá-la para dentro, Edward.”
Os lânguidos lábios de Bella me tentavam, mas eu resisti, roçando meus lábios uma última vez em sua testa. “Eu te amo,” respirei em seu ouvido.
A voz de Charlie soou de dentro da casa. “Eles finalmente estão aqui, tenho que ir.” Ele viu Bella enrolada em meus braços e xingou. Raiva e medo rodopiaram juntos em sua mente. Seus pensamentos indistintos se repetiam, e seu horror se intensificava.
Ele abriu a porta com força. “Bella!” ele gritou.
Ela se mexeu com o som, seus olhos permanecendo firmemente fechados enquanto murmurou “Charlie.” Sua cabeça rodopiava em uma tentativa fraca de acordar.
“Shh, tudo bem. Você está em casa e segura. Apenas durma.” sussurrei. Ela não precisava testemunhar a ira de seu pai.
Charlie veio violentamente em nossa direção, suas bochechas coradas mostrando narinas dilatadas. Quando Bella não o cumprimentou, mais raiva derreteu em seu medo. Seus pensamentos eram um sussurro para mim, mas à medida que ele se aproximava eu fui pegando, Por favor, Deus, de novo não.
Ódio rugiu em vida quando seus olhos encontraram os meus. “Não consigo acreditar que você tem coragem de mostrar a cara aqui.” As veias em seu pescoço ameaçavam se romper, e Carlisle ficou tenso.
Bella apoiou a cabeça contra meu ombro, apenas capaz de abrir os lhos pela metade. “Pare com isso, pai,” ela sussurrou.
“O que há de errado com ela?” Charlie quase gritou, sua voz subindo uma oitava. Seu protecionismo para com Bella lançava uma ira violenta direcionada a mim.
Carlisle deu um passo à frente para interceptar Charlie, mas eu balancei minha cabeça. Isso era culpa minha, e eu merecia cada palavra de ódio.
Meu olhar não se abalou. “Ela está apenas muito cansada, Charlie.” Ele claramente não acreditou. “Por favor, deixa-a descansar.”
“Não me diga o que fazer!” ele gritou em pânico. “Me dê ela. Tire suas mãos dela!”
Carlisle estava novamente tentado a intervir, para assegurar que Bella estava bem, mas Alice o segurou. Os pensamentos dela estavam ameaçadoramente quietos.
Quando ele enfiou os braços debaixo dos meus, Bella acordou assustada, se recusando a afrouxar seu abraço em mim. “Corta essa, pai,” ela disse mais claramente, forçando-se a olhar para seu pai “Fique bravo comigo!”
Ele a cutucou mais uma vez, e em seguida desistiu com uma bufada. Um pouco da sua preocupação diminuiu, vendo os olhos de Bella totalmente abertos. “Tenha certeza de que eu ficarei,” ele disse, mas eu pude ouvir o desespero por trás de sua ameaça. “Entre,” ele ordenou.
Bella afrouxou seus braços em volta do meu pescoço. “Ok, me coloque no chão.”
Olhei para Alice por cima do meu ombro. Esteja pronto para pegá-la, ela avisou.
Levantei Bella, deixando-a assumir seu peso lentamente. Ela se inclinou para frente e para trás como se estivesse no convés de um barco, tentando encontrar seu senso de equilíbrio. Ela arrastou um pé para frente antes de sucumbir.
Eu a tinha de volta em meus braços antes que o silvo vazasse dos lábios de Charlie.
Implorando, eu disse, “Apenas deixe-me levá-la para cima.” De forma alguma ele conseguiria carregá-la até o quarto dela. “E em seguida eu vou embora.”
“E você nunca mais vai voltar,” ele falou raivoso por baixo de sua respiração.
“Não,” Bella protestou, segurando minha camisa. Seus olhos se abriram brevemente, puro terror brilhando em suas lágrimas rolantes.
Marchei para dentro da casa, sussurrando, “Eu não estarei longe.” Charlie podia tornar minha vida difícil – mas somente Bella poderia me mandar embora.
“Ela apenas precisa dormir, Charlie, foi uma viagem longa,” Carlisle disse suavemente.
Charlie ignorou Carlisle, desconfiança azedando seus pensamentos. Eu não podia culpá-lo, mas me senti arrependido por seu desapontamento em relação ao meu pai. Quantas vidas mais foram prejudicadas por minha tentativa errônea de proteger Bella?
A verdade sobre de onde toda essa dor emanava me atingiu como uma bala no cérebro quando abri a porta de Bella.
Seu quarto estava completamente desprovido da vida que eu idolatrava. Não havia o caos organizado de CDs, papéis e roupas que definiam o espaço pessoal de Bella. A escrivaninha estava vazia exceto pelo computador velho e um único lápis. Uma de suas gavetas estava aberta, uma blusa vermelha de fora, e seu fichário e seu livro de matemática estavam jogados no chão como evidência de sua partida abrupta. Se essas anomalias fossem corrigidas, seria impossível dizer quem vivia ali. Ou se alguém vivia.
Era a falta de seus livros que me atingia mais fortemente. Ler era mais que um passatempo para Bella, era uma paixão. Suas cópias esfarrapadas de Austen e Bronte não estavam em nenhum lugar à vista.
Eu não tinha apagado a minha existência – eu tinha apagado a dela.
As juntas dos dedos de Bella estavam brancas, segurando minha camisa como uma vestimenta de vida, mesmo ela estando quase adormecida. Quando eu cuidadosamente a coloquei na cama, sua respiração mudou. “Não estarei longe,” repeti quieto, e seu rosto relaxou. Uma vez livre, me levantei e uma mão quente me afastou para longe.
“Fique longe dela,” Charlie rosnou, seus pensamentos nebulosos uma mistura de alívio, amor, raiva e ódio. Era abundantemente claro quais emoções eram direcionadas a mim.
Antes que ele pudesse tocá-la, Bella se curvou como uma bola, seus braços apertados contra seu peito. Charlie acariciou os cabelos dela e beijou sua bochecha antes de remover seus sapatos. Ele a cobriu com um lençol e um cobertor, beijando-a de novo antes de se virar para mim. Sua mão se levantou como se ele estivesse dando um soco, mas ao invés disso seu punho, seu dedo apontou em direção à porta. “Fora!” ele ferveu.
Acenei com a cabeça, e ele me seguiu escada abaixo. Na porta da frente eu pausei, me virando para olhar dentro dos olhos flamejantes. “Sinto muito. Eu nunca quis…”
O rosto de Charlie mudou de vermelho para roxo enquanto ela se esforçava para encontrar palavras fortes o suficiente para expressar sua raiva. “Você nunca quis o quê? Nunca quis machucá-la? Você acha que porque a trouxe de volta inteira dessa vez você é algum tipo de herói? Apenas por ela não estar sangrando por fora não significa que ela não está estraçalhada por dentro.” Suas mãos, bolas brancas de fúria, tremiam dos seus lados, mas ele não precisou de seus pulsos para me ferir. “Você tem alguma ideia do que sua pequena ceninha de desaparecimento fez com ela? Você não poderia tê-la ferido mais se tivesse fisicamente batido nela. Você sugou a vida dela… e você tem a coragem de pedir desculpa?”
Meu olhar caiu no chão. Ele não tinha ideia do quão perto eu estive de fazer exatamente isso – sugar a vida dela – em tantas ocasiões. E embora eu tivesse salvado a vida dela, eu lamentava por seu espírito. Eu era exatamente a criatura desprezível que ele imaginava que eu era.
“Você não trouxe nada além de dor e sofrimento para uma garota amável e altruísta.” Sua voz se tornou fria como gelo. “E eu não vou permitir que você a machuque mais. Se alguma vez eu te vir entrando por aquela porta de novo, eu juro que te mato.” Suas mãos se moveram rapidamente. Sua arma em sua cintura – ele obviamente tinha vindo do trabalho.
“Sim, senhor.” Eu não podia discutir; ele estava perfeitamente correto em sua avaliação.
“Agora dê o fora da minha casa. Você pode dizer a Alice que ela não é bem-vinda aqui também.”
A porta se fechou na minha cara e eu ouvi a fechadura se trancando.
Carlisle e Alice já tinham voltado para o carro, mas ouviram tudo. Alice chorava em silêncio, mesmo sabendo que Charlie a perdoaria. Entrei no banco de trás do carro, ignorando as afirmações de Carlisle de que o pior havia passado.
Lá dentro, a raiva de Charlie não passou enquanto ele enchia um copo de água para colocar ao lado da cama de Bella. Ele parecia estar contemplando formas de manter Bella e eu separados. Uma surpreendentemente clara imagem de um fosso faiscou por sua mente em geral não clara.
Tanta dor eu causei, para quê? Nada. Bella não esteve nada melhor sem mim, e sofreria as consequências da minha tentativa de suicídio por muito tempo ainda. Sem mencionar as várias formas de perigo sobrenatural espreitando do lado de fora de sua casa. Eu não poderia ter arruinado mais completamente a vida dela, mesmo se esse tivesse sido meu objetivo.
“Alice?” Carlisle perguntou cuidadosamente. “Charlie vai se acalmar?” Ele tinha ouvido o sangue correndo pelas suas veias em pressões bem acima do que um humano saudável deveria suportar, quanto mais na condição menos que ótima de Charlie.
Ela engoliu, depois olhou para frente. “Ele ficará bem. Ele até mesmo deixará Edward entrar na casa de novo em alguns dias.” Eu devia ter ligado para ele. Embora ele o visse sorrindo para ela em algum ponto no futuro, ela se ressentia por não ter pensado nele antes.
Eu não tinha coragem de lembrá-la que, se sua visão estivesse correta, Charlie iria perder Bella por muito mais do que alguns dias.
Carlisle apertou o ombro dela e ligou o carro.
“Espere,” eu disse. Perguntas soaram pela mente de Carlisle mas eu o ignorei, me concentrando nos sons dentro da casa. Os degraus rangeram sob o peso de Charlie antes que um chiado anunciasse que ele estava abrindo a porta do quarto de Bella. Ela respirava lenta e calmamente e não se moveu quando ele falou.
“Eu te amo, querida,” ele sussurrou. Ele estava se lembrando de algo, mas a imagem era um borrão. Eu só conseguia distinguir Bella, sentada em frente a ele na cozinha. Ela não se mexia, não falava, e não tocava a comida à sua frente. A visão me perturbou tanto quanto a Charlie. “Vai ficar tudo bem, você vai ficar bem,” ele disse fracamente. “Eu não vou deixá-lo te machucar de novo.” A cadeira de balanço rangeu quando ele se sentou.
“Ok, pode ir. Me deixe na esquina,” instrui. Eu nunca a deixaria desprotegida de novo.
Carlisle hesitou, querendo me pedir para ir para casa, mas desviou o pensamento e saiu. É bom tê-lo de volta, Edward, ele pensou ao invés.
“Sim. Estou feliz de estar de volta.”
Alice pegou um flash de alguma coisa – Bella e eu correndo pela floresta e então a sempre enfurecedora versão imortal do meu amor. “Hmmm,” ela disse, finalmente sacudindo sua depressão para lá. “Acho que vamos nos ver mais tarde.” Nem ela nem eu podíamos discernir como as duas imagens estavam conectadas, e eu mexi no cabelo dela antes de sair do carro.
Os pensamentos deles foram desaparecendo enquanto corríamos para longe um dos outros sob o céu escurecendo. Como eu estava tão tentado a observar pela árvore do lado de fora da janela de Bella, escolhi uma mais profundamente na floresta. Duvidei que as nuvens fossem se dissipar, mas melhor não arriscar. Por entre as folhas eu podia somente ver o rosto de Charlie em dor enquanto ele se balançava na cadeira, seu olhar fixo em Bella.
Focando toda a minha atenção em sua mente quieta, eu era capaz de espiar o sono dela pelos olhos dele. Ela respirou fundo e Charlie se levantou. Quando ela lentamente esticou as pernas e rolou de bruços, ele se sentou de volta na cadeira.
Eu não sou um bom pai, ele pensou. Com um tom culpado, ele admitiu que mesmo com seu cérebro avoado e sua postura de liberdade, Renée era uma mãe melhor. Bella nunca tinha fugido dela, ao passo que havia fugido dele – duas vezes. Dessa vez ele não tinha nem ideia de onde ela tinha ido.
Ele puxou um pedaço de papel amassado do bolso. Olhando fixamente para as palavras, apenas quatro palavras ficaram em foco. Edward está em problemas. Ele coçou os olhos, escondendo suas lágrimas de sua filha adormecida. “Por que, Bella?” ele murmurou.
Ele se levantou com um propósito repentino e saiu disparado para seu quarto. A desconfiança havia voltado, aliada à derrota. Depois de discar rapidamente, ouvi a voz de uma mulher ao telefone.
“Consultório do Dr. Gerandy.”
“Oi, Karen, aqui é Charlie Swan. O Dr. Gerandy está disponível?” Uma satisfação severa o inundou, mesmo apesar de ele acreditar que Bella estava apenas cansada.
“Charlie. Como posso ajudá-lo hoje?” A voz do velho médico estava preocupada.
“Fred, se você tiver algum tempo livre, você poderia passar aqui? Bella acabou de chegar em casa e sucumbiu na cama. Eu quero ter certeza…”
“Tenho certeza de que ela está bem. Dr. Cullen ligou alguns minutos atrás e explicou que ela não dormiu a noite toda.”
Uma torrente de palavras furiosas fluíram por seu cérebro… intrometido… corrupto… traiçoeiro manipulador.
“Dr. Cullen não viu como ela estava em setembro, e eu gostaria de uma segunda opinião. Você tem certeza que não poderia apenas dar uma olhada nela por um minuto?”
Ainda bem que Carlisle já havia ido embora há muito tempo e não ouviu o escárnio na voz de Charlie.
“Acalme-se, Charlie.” Mais madeira rangeu enquanto Charlie andava em seu quarto. “Ok. Estou saindo para o almoço em 20 minutos. Posso passar aí e dar uma olhada nela no caminho.”
“Obrigado, Fred. Te devo uma.” Charlie se despediu e retornou ao seu assento no quarto de Bella.
Ele afundou seu rosto em suas mãos, se enterrando em desmerecida culpa. A culpa era minha, e embora ele não teria nenhuma dúvida em concordar, ele ainda se sentia responsável por não ter feito nada para ajudar Bella a superar o que eu havia feito a ela. Rosalie estava certa, tanto tempo atrás. Eu tolamente me considerava uma ilha, mas isso provou ser o contrário na realidade. E toda a dor parecia voltar para Bella – a pessoa que eu tentava ao máximo proteger.
O telefone tocou e ele amassou o papel em sua mão. Provavelmente é o Billy, o traidor. Charlie estava tão bravo com os Black quanto estava conosco; e quando ele me lembrei da cara obviamente mentirosa de Jacob Black, eu entendi o porquê. Charlie deve ter entendido que o vira-lata estava envolvido e o questionou. Black tinha tantos segredos quanto eu, e Charlie não acreditava nele mais do que em mim.
Por toda a raiva e culpa que eu havia causado no pai de Bella, eu tive que sorrir. Monstros de quatro patas eram tão não bem-vindos em sua casa quanto eu.
Charlie se balançou mais forte e mais rápido, resistindo a vontade de acordar Bella e fazê-la contar a ele onde ela havia estado. Precisou da batida do Dr. Gerandy na porta para fazê-lo sair de sua cadeira.
Os homens se cumprimentaram, mas outro som me distraiu. Eu não estava sozinho.

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