16 de jan. de 2011

O Lado Sombrio Da Lua - Capítulo 18 - Parte 1


Sentimos muito não ter postado antes como custume, devido às férias, e à outra fanfic Ao Seu Lado. Mas aqui está a versão Foforks de Lado Sombrio Da Lua - Capitulo 18 - Parte 1.  Esse banner foi mandado pela nossa querida seguidora Daniele Gameiro (@DanninhaGM), e tenho que adimitir que ficou MARAVILHOSO! Se você quiser mandar o seu banner para o capítulo 20, basta fazer a imagem e enviar para theblacktwilight@hotmail.com (O Do capítulo 19 j´s foi selecionado!)

Mudo – Parte 1





Com a vigilância de Alice e seu incentivo monetário acenando no rosto do taxista, fomos até o aeroporto sem demora prolongada. Dando outro trabalhinho ao seu cartão de crédito, ela pagou por nossas passagens, agradecida quando eu mostrei o meu passaporte.



Passando pela segurança, um grunhido veio de… Bella?



“Quando foi a última vez que você comeu?” Eu perguntei. Espiando sua mão massageando sua barriga, eu encarei Alice.



Minha pequenina irmã respondeu ao meu olhar. “Nós estávamos com pressa.” Alguém deixou o telefone no Rio e eu não podia conseguir falar com ele, ela brincou com cuidado.



Minha mandíbula se apertou com a lembrança, e eu engoli seco. As conseqüências de tantas decisões erradas da minha parte eram de grande alcance. Esta era apenas a ponta do iceberg.



Ouvindo outro ronco baixo vindo de Bella, Alice suspirou. De verdade, eu tentei fazê-la comer no avião. Ela é tão teimosa quanto você.



“Eu não estava com fome de qualquer forma,” Bella disse, tendo interesse particular na forma como as nossas mãos estavam entrelaçadas uma na outra. “Mas jantar soa bem.”



Levei Bella diretamente para o pequeno restaurante do aeroporto e inspecionei o minúsculo menu. Quando eu tinha enchido completamente a mesa com pratos de comida, Alice se desculpou e saiu em disparada para a loja free shop, mais para evitar o cheiro do que para fazer compras. Bella olhou atrás dela até que Alice estava fora de vista, então, pegou o garfo.



Para quem não comeu nada em quase 24 horas, Bella não consumiu muito. Ela ansiosamente tomou duas Cocas, uma recordação de um jantar que eu dividi com ela há uma vida atrás. Olhando para a segunda latinha, ela mordeu o lábio, e eu me perguntei se ela estava se lembrando da mesma importante noite. Os monstros que ela enfrentou naquele dia não eram nada comparados com aqueles que eu havia lhe trazido desta vez.



Ela não falou o que pensava e comeu em silêncio, sempre mantendo uma mão sobre a minha, desviando o olhar apenas para pegar outro pedaço minúsculo. Diferente daquela noite há mais de um ano atrás, ela não me encheu com perguntas, apesar de parecer tão ansiosa. Eu queria perguntar o que a estava incomodando, mas não queria interromper sua curta refeição. Finalmente ela lambeu os lábios, e eu comecei a falar, mas Alice interrompeu.

“Nós devemos ir”, disse ela, erguendo a sobrancelha para mim. Você a terá só para você em breve.



A primeira etapa da nossa viagem foi curta e acidentada. Bella mal havia sentado antes do piloto anunciar a descida para Roma. Enquanto suas mãos e olhos ficaram presos aos meus durante toda a viagem, sua expressão permaneceu fechada. Sempre que a cabine balançava, sua mão se apertava, e eu gostaria de lhe dar um sorriso tranquilizador. Os pilotos fizeram um bom vôo, e Alice não viu nada exceto um pouso feliz… quando ela estava vigiando o futuro.



Meu irmão tinha tomado o palco principal na concentração de Alice. Sua paciência diminuindo, Jasper tinha feito uma reserva no próximo vôo para fora de Fairbanks, mas ele não estava pensando em ir para Seattle, como ele disse para Carlisle. Ele havia reservado um vôo para Chicago em vez disso, e planejado ir para o leste – para encontrar Alice, de uma forma ou de outra. Uma vez que ele entrou no avião, ele se tornou inatingível, e Alice estava começando a entrar em pânico.



Eu tenho que ligar para ele! Ele não sabe que estamos seguros. Sem um telefone a bordo disponível, ela discou no celular inoperante em seu bolso, lamentando não ter ligado para Jasper do aeroporto de Florença. Talvez em Roma…

Ela nos viu correndo pelo aeroporto, mal chegando ao nosso vôo para Atlanta, e ajustou seus planos novamente. Apenas mais alguns minutos, Jazz, por favor, ela pediu em silêncio.



Nós corremos para fora do avião ao ouvir a última chamada para a nossa conexão. Bella se esforçou para manter-se acordada, se agarrando à minha manga enquanto eu praticamente a carregava através do terminal silencioso. Respirando dificilmente, ela se jogou em seu assento enquanto eu arrumava sua bagagem acima. Talvez agora ela descanse – os círculos sob seus olhos tinham escurecido mais desde que deixou Volterra. Sua pele de alabastro contrastava com a cor roxa, parecendo ainda mais pálida enquanto eu observava. Adicione um pouco de brilho, e ela passa por um vampiro.



Bastardo, eu maldisse a mim mesmo. E eu me achava acima de Aro. A verdade era que…



NÃO! Recusei-me a reconhecer a verdade. Nem agora, nem depois que ela quase sacrificou tudo em meu nome. Em vez disso, eu fingi que não era aquele monstro e me sentei ao lado de Bella, abrindo minha mão para a dela.

Ela captou o meu olhar primeiramente, examinando meus olhos, meu rosto, minha boca. Seu coração quase parou enquanto ela colocava seus dedos de fogo em meu toque gelado. Demorou alguns segundos para a tensão aliviar, mas depois seus olhos voltaram para os meus, piscinas intermináveis de calor, e eu ansiosamente me afoguei em suas profundezas.



Enquanto o avião se inclinava para o céu, Alice quase arrancou o AirPhone fora do banco na frente dela.

Bella levantou a cabeça, ouvindo o telefonema desesperado da minha irmã.



O telefone tocou apenas uma vez. “Jazz, pare, nós estamos bem!” As palavras voaram tão rápido que eu tive que me concentrar para ouvi-las.



“Alice”. Mesmo sem a presença de Jasper, eu senti cada pedacinho do medo, frustração e alívio enorme envolto na única palavra dele. “Você está bem?”



“Sim”, ela disse com pressa. “Nós todos estamos.”



“Quanto tempo mais?”



“Dezessete horas e, oh, 58 minutos”, disse ela, fechando os olhos enquanto o futuro se solidificava. “Não muito.”



Ele suspirou, claramente em desacordo. “Eu estava tão preocupado.”



“Eu sei, Jazz. Me desculpe por não ter ligado antes. Eu disse que ia sair.” Ela tentou aliviar de quão perto da morte ela realmente ficou.



Jasper não respondeu por cinco segundos completos, e Alice chamou o seu nome, com medo que ela tivesse perdido a conexão.



Outra exalação confirmou que ele ainda estava lá. “Eu sei que você mentiu para mim”, ele sussurrou.



Alice congelou, surpreendida pela primeira vez. Ele sabia? Ah, não…





Ele continuou, com sua voz suave e compreensiva. “E eu sei porque você mentiu.” Eu me perguntei se ele tinha adivinhado a reação dela ou se a sua ligação com Alice era forte o suficiente para atravessar a longa distância.



“Você pode me perdoar?” Ela não procurou pela resposta. A culpa tinha apagado o seu desejo de adivinhar seu companheiro.



“Venha para casa, para mim, e descubra.”



Nem Alice nem eu tínhamos alguma dúvida de que ela seria perdoada.

Enquanto eu tentava dessintonizar o resto de sua conversa íntima, eu mudei meu foco de volta para o anjo exausto ao meu lado. Não me atrevi a comparar o meu mentir com o de Alice; o perdão não viria até mim tão facilmente. Em vez disso eu me perdi nos olhos de Bella, regozijando-me pela vida que brilhava em suas profundezas.



Um longo piscar de olhos lembrou-me que eu deveria libertá-la de meu olhar e deixá-la dormir. Será que ela se deixaria descansar, agora que tinha deixado o solo italiano para sempre?



A resposta foi “não”. A primeira coisa que Bella fez após o sinal de cinto de segurança apagar foi pressionar o botão de chamada pela atendente. Suas primeiras palavras desde Florença foram dirigidas para a estranha uniformizada. “Poderia me trazer uma Coca-Cola, por favor? E você pode trazer na lata?”



“É claro. Alguma coisa para você, senhor?” A mulher deliberadamente jogou seu cabelo por cima do ombro e ampliou o seu sorriso.



Eu balancei minha cabeça, ignorando a atenção indesejada da atendente. “Bella”, eu gemi. Eventualmente, ela iria desmaiar de cansaço… por que ela estava lutando contra o inevitável? E eu não queria nada mais do que abraça-la enquanto ela dormia, para protegê-la quando ela estava mais vulnerável.

“Eu não quero dormir”, disse ela, abanando a cabeça em desafio. Eu esperava raiva, desconfiança, mas sua voz sumiu. “Se eu fechar meus olhos agora, vou ver coisas que eu não quero ver. Vou ter pesadelos”.



Atordoado, não tive resposta. Então, envolto em meus próprios desejos egoístas, eu não vi o óbvio. Bella não temia somente pesadelos de horrores que poderiam vir; eu tinha lhe dado memórias do tipo mais terrível – de coisas que aconteceram. Acima de tudo que eu poderia faze-la passar, eu tinha roubado dela uma das bênçãos da humanidade – a paz do sono. Algum dia eu traria algo à ela além de dor?



Seria eu quem aterrorizaria seus pesadelos?



Atrás de mim, Alice ouviu os temores de Bella. Ela não tem dormido bem há um tempo, Edward. A visão de Bella enrolada pacificamente contra mim na cama dela retornou, distraindo-me antes que eu pudesse continuar a minha auto-flagelação. Agora que você voltou à sanidade, eu só vejo noite restauradoras e dias felizes.



Eu bufei silenciosamente, meio que esperando que ela me passasse um biscoito da sorte. Por um momento eu seriamente considerei a sua previsão clichê impressa e encapsulada em farinha, açúcar e água. Eu só precisava de alguns minutos para fazer o pedido.



Alice soltou um silencioso “ha ha” quando ela viu a caixa de comida sendo entregue à nossa porta por um homem em um uniforme marrom. Eu imediatamente descartei a idéia, ganhando um ronco do banco atrás de mim.

Depois de advertir Jasper tanto sobre os lobos quanto sobre Victoria, Alice pediu por Carlisle. Curioso, eu dividi atenção o suficiente para ouvir a voz de meu pai sobre a batida compassada do coração de Bella.



Alice e Carlisle discutiram a forma de lidar com o nosso regresso à casa. Pobre Charlie, ela se deixou flutuar para o futuro e viu o pai de Bella agitado e virando na cama, daqui a algumas horas. Então a imagem de dedos discando um telefone brilhou sobre a cena. O código de área era de Seattle, e a mão pertencia a Charlie.



“Dave, você ainda tem aquele contato no FBI?” ele disse para o receptor.



“Tenha certeza e ligue para Charlie cedo”, Alice alertou Carlisle.



Por telefone, o assentimento de Carlisle foi menos entusiasmado. “Muito bem. Tem certeza de que não há outra maneira?”



Carlisle não está feliz em te culpar, Alice pensou.



Ela e Carlisle deram voltas e voltas, tentando fabricar uma história crível que se encaixasse com os poucos fatos que Charlie tinha. Pensando que havíamos nos mudado para o sul da Califórnia, Charlie aceitaria que Bella poderia ter ido para lá. Quanto a Carlisle, e porquê ele não tinha chamado Charlie mais cedo, eles tinham aceitado a política de Bella do “menos é mais” ao coração. Carlisle iria postular uma história que ele e Esme tinham ido para fora da cidade em uma conferência médica, e ficaram chocados ao descobrir Bella na sua sala de estar quando eles voltaram ontem à noite.



Depois de questionar a nós três sem parar e não obtendo respostas, ele colocou como prioridade levar Bella para casa, ligando para Charlie assim que fosse possível.



Interpretar o pai irritado era um grande esforço para Carlisle, mas Alice fez o possível para convencê-lo de que era a única maneira de evitar perguntas sem respostas do pai de Bella.



“Como você acha que Charlie se sentiria se tivesse encontrado Edward em sua casa às duas da manhã?” ela perguntou quando Carlisle tinha resistido. Ela não acrescentou o “especialmente depois do que ele fez com ela”, que deveria ter seguido.



Eu abaixei a cabeça em reconhecimento, sabendo que ela veria por cima do assento. Ele deveria me culpar – toda essa situação desastrosa foi minha culpa. Sinceramente, Carlisle não deveria sequer ter de desempenhar o papel de um pai decepcionado; eu tinha mais do que merecido seu desgosto.



Com um pouco mais de coerção, Carlisle relutantemente concordou que uma resposta irada e desinformada era apropriada, e seria propositadamente vaga, citando a minha insistência que Bella para casa casa era mais importante do que explicações. Charlie suspeitaria, mas como o pai de uma adolescente igualmente teimosa, Alice viu que ele iria aceitar a história. Por enquanto.



Pouco antes de terminar a chamada, Carlisle cautelosamente perguntou se eu ia ficar, depois de entregar Bella em segurança em casa. Sua alegria com a garantia de Alice de que eu ficaria tanto me alegrou quanto me entristeceu. Mais uma vez o homem que eu reverenciava estava me recebendo de volta em casa depois de uma decisão desastrosamente cega da minha parte. Sua compaixão não conhecia limites.



O brincalhão “já estava na hora” de Emmett e o silencioso “este é o lugar onde ele pertence” de Esme ecoaram ao fundo, juntamente com um ligeiro suspiro. Ao contrário de sua ligação anterior, Rosalie parecia estar sem palavras.



“Obrigado, Alice. Estaremos esperando por vocês no aeroporto”, Carlisle disse, seu sorriso persistente em sua voz.



A emoção dos meus pais por meu retorno não seria compartilhada pelo pai de Bella. Eu não precisava de Alice para saber que a reação de Charlie com a nossa chegada seria para além de furiosa, beirando a violência, mas sua segunda visão confirmou minha suposição. O fato de ele não querer ouvir nada que eu dissesse não foi uma surpresa também, mas deixou todos nós à espera do que Bella decidiria contar a ele. Eu esperava que eu pudesse estar lá quando ela lidasse com o pai, para tomar alguma, se não toda, culpa, mas sabia que era quase impossível. Charlie teria de ouvir a ‘verdade’ de Bella sozinha, e, sem dúvida, puni-la para o que era possivelmente a coisa mais corajosa que ela já tinha feito em sua curta vida.



A lista das minhas transgressões contra uma criatura tão inocente e abnegada era interminável. O seu perdão certamente não era tão infinito.



“Nós vamos ver todos vocês em breve”, Alice disse brilhantemente antes de desligar.



A bebida de Bella chegou, e depois que ela tomou um gole, eu curvei um dedo em sua direção. Vendo que Bella iria continuar a recusar dormir, Alice negou comprar tickes para os espaçosos, mas individuais, lugares de primeira classe em contraste com os menos privados lado-a-lado assentos de classe executiva. Eu estava mais do que feliz que Bella estava sempre ao alcance de meu braço, mas ela ainda não estava perto o suficiente. O apoio de braço entre nós parecia uma milha de distância mesmo se fosse uma polegada, e eu precisava sentir-la contra mim. Quando ela não estava em meus braços, eu tinha que me lembrar que ela era real, que eu não estava alucinando.



Ela tomou outro gole, depois parou, olhando para o cobertor que eu esticava aberto para ela. Lá estava novamente – essa pausa quase pensativa – como se ela estivesse me esperando para falar qual era o problema. Ela colocou o cabelo para o lado, apagando sua expressão, e se colocando em meu abraço com a leveza de uma pena. Seu toque derreteu toda a minha curiosidade, aquecendo a massa congelada no meu peito que se passava por um coração. Eu bebi sua proximidade e festejei a sua beleza enquanto ela olhava para mim, de olhos arregalados. Ela se enrolou em meu colo, como se os últimos seis meses não tivessem existido.



Peguei os delicados dedos de Bella e trouxe seus nós aos meus lábios. Ela assistiu nossas mãos se erguendo e seu coração acelerou, fazendo com que um canto de meu lábio se erguesse para cima lentamente. Isto era exatamente o que eu esperava, e mais uma vez eu desejei que meu corpo fosse capaz de responder na mesma moeda. O V minúsculo entre suas sobrancelhas reapareceu quando eu deixei nossas mãos caírem de volta para seu colo, mas ele também desapareceu depois de eu tê-lo passado sobre meus lábios. O cheiro dela repousava na minha língua, doce e delicioso, mas o meu maior desejo não era banqueteá-lo, mas sim saboreá-lo.



Cada pastoso gole de veneno tornava-se uma outra camada de garantia determinada de que eu nunca consumiria seu sangue novamente. Eu imaginei as bolhas em minha garganta tornando-se grossas e calejadas, assim como as mãos de um mestre artesão. Atletas e artistas lutavam contra constantes danos e tensões em favor do que amavam. Eu não era diferente. A dor era insignificante se comparada com a recompensa.



Bella olhou para mim, seus olhos castanhos vasculhando o meu rosto, seu olhar me dando imaginários beijos-borboleta em todos os lugares que vagavam. Ela não falou, mas parecia que me lia como um livro fascinante. É claro – eu tinha roubado todas as suas fotos. Não me admira que ela parecia estar me vendo pela primeira vez.



Eu compartilhava a mesma admiração enquanto olhava para ela. Mesmo que eu tivesse decorado todas as suas características, inclusive cada cílio, minha mente não foi capaz de recriar a beleza que era Bella. Nada na natureza ou na arte podia comparar – e ninguém a merecia menos.



Como se ouvisse meu lamento, seus dedos se envolveram nos meus – pétalas de rosa prendendo-se ao aço. Ao contrário de qualquer medo que eu poderia ter visto nos olhos dela, sua mão me disse que ela não tinha nenhuma intenção de me deixar ir.



Pelo menos até eu me desculpar. Egoísta, covarde, eu segurei minha língua.



Bella também ficou muda. Talvez ela estivesse cansada demais para se entregar à curiosidade, ou talvez ela tivesse aprendido muito. Agora que minha mentira tinha sido exposta, talvez ela não fosse acreditar em outra palavra que eu dissesse. E, no entanto, seus olhos nunca deixaram os meus. Será que ela poderia ver a verdade neles?



E assim ficamos sentados, sem palavras, re-aprendendo as características um do outro, deslumbrando o outro, ela diria. Eu com felicidades daria boas-vindas à uma eternidade assim.



A eternidade durou 47 minutos. A boca de Bella virou-se para baixo, e ela se ajeitou novamente em meu colo. Dois minutos depois, ela repetiu o processo.



“Você está com frio? Deixe-me pegar para você mais um…”



Ela pegou minha mão enquanto esta se levantava para o botão de chamada laranja, seu toque deliberado enviando um tremor através de mim, mesmo depois de tantas horas de contato constante. “Não, não, eu estou bem.” Ela deve ter lido a descrença em meu rosto porque ela suspirou e olhou para a parte traseira da cabine. Lentamente, ela deslizou para fora de mim. “Eu já volto.”



Toda aquela cafeína… Eu odiava a maneira como isso afetava Bella. Eu preferia que ela dormisse tranqüilamente em meus braços do que ter que me deixar para usar o banheiro. Comecei a me levantar, mas ela balançou a cabeça e descansou sua mão trêmula em meu braço enquanto passava. “Eu estarei de volta em um minuto. Só não vá a lugar nenhum, ok?” Sua cara fechada arruinou a piada.



Eu segurei minha língua. Houve um tempo quando ela certamente apontaria que a necessidade tanto de Coca-Cola quanto de banheiro poderia ser aliviada com uma única mordida letal.



Ao invés de instigar esse argumento, acenei com a cabeça e me preparei para o inferno que sessenta segundos de sua ausência traria. A memória de quão vazia havia sido minha vida sem ela espreitava nas margens da minha consciência, pronta para me engolir na escuridão. Ela está viva, ela está bem, eu disse a mim mesmo, ordenando-me a ficar sentado.



Bella olhou para mim com uma escuridão que fez meu peito doer. Ela parou ao lado do banco de Alice e tocou o ombro da minha irmã. Sua expressão se suavizou em uma de confiança profunda e sincera gratidão. “Obrigada”, ela sussurrou intensamente. A finalidade das palavras golpearam como um frio acorde.



Alice pressiona suavemente a mão dela. “De nada Bella, mas sou eu quem devia lhe agradecer.”



Bella olhou fixamente para minha irmã, os olhos estreitando-se ligeiramente, como se quisesse perguntar alguma coisa, mas depois mudou de idéia sacudindo a cabeça. Ela retirou a mão lentamente, carinhosamente, então apressou-se para a parte de trás da cabine.



Apenas percebi que eu ainda tinha de agradecer à minha irmã quando ela apareceu no banco que Bella havia acabado de desocupar. A porta do banheiro se fechou enquanto Alice falou. “Esme vai ficar tão feliz em vê-lo.” Ela me mostrou o rosto brilhante de nossa mãe, olhos dourados brilhando com lágrimas incapazes de serem derramadas, nos esperando no aeroporto. Mas era o sorriso de Alice que rasgou o meu peito. Mesmo que eu soubesse que Alice iria tentar me parar, o fato de que ela estava disposta a deixar o seu companheiro e arriscar a vida dela estava começando a ser absorvido.



“Alice…” eu murmurei. Gratidão e remorso lutaram dentro de mim, mas nem “me desculpe” nem “obrigado” saíram de minha boca.



Ela tentou não se lembrar da visão covarde que eu tinha dado a ela, mas isso penetrou em sua mente. Naquela visão quase possível, eu não gritei quando os guardas desceram sobre mim, vaporizando-me em segundos. Era Alice que gritava em seus pensamentos enquanto me via morrer.



Ela puxou a parte de trás de meu cabelo de brincadeira, desfazendo a imagem perturbadora. “Você que me mostrou como o futuro é maleável.” Seus pensamentos cheios de visões minhas chupando o veneno da mão de Bella, uma opção que ela tinha sido incapaz de prever. E eu não ia deixar você fugir de mim tão facilmente, pensou ela, abraçando-me apertado. Você é meu irmão favorito.



O sorriso dela se alargou, expondo cada um de seus pequenos dentes venenosos, e ela colocou sua mão na minha. “Eu sei que você faria o mesmo por mim.”



Envergonhado, eu não tinha certeza se compartilhava de sua fé em minha habilidade para isso, se nossos lugares fossem trocados. Eu poderia deixar Bella para trás e sacrificar minha vida para salvar Alice? Eu pensei em Bella, segura em casa, e Alice, em frente a um Felix ameaçador. Não, eu não podia deixar minha irmã encontrar um fim como este. Eu lutaria para salvá-la, dada a escolha.



Alice piscou, vendo minha indecisão desaparecer. Finalmente encontrei as palavras que eu estava procurando, por mais inadequadas que parecessem.



“Você estava certa, sabe? Eu deveria ter escutado você.” Ela esperou pacientemente enquanto eu começava a primeira de muitas dolorosas desculpas. “Eu sinto muito.”



“Sim, você devia ter escutado”, disse ela com firmeza, mas estendeu a mão e apertou minha bochecha. “Lembre-se disso,” ela ordenou, humor dançando em seus olhos dourados.



Esperei, mas ela não falou de novo, contentando-se em assistir Esme finalizar a mudança de volta para Forks. Era isso? Sem repreensão?



Eu não tinha dúvida de que Emmett e Jasper tinham alguma retaliação prevista para mim, e que possivelmente duraria pelos próximos anos. Carlisle e Esme já haviam me perdoado, e eu não poderia me importar menos com o que Rosalie pensava. Mas Alice? Ela não era alguém de apenas deixar passar, sem expressar suas opiniões sobre o assunto.



“Você não está brava comigo?” Perguntei. Considerando as condenações que eu havia recebido por deixar Bella, eu esperava que Alice me repreendesse tanto mentalmente quanto em voz alta por tentar acabar comigo.



“Por ir embora? Claro, mas superei isso.” Nunca mais pense em fazer isso de novo entretanto. Eu irei te trazer de volta pelos cabelos da próxima vez. Ela imaginou a cena, meus braços cruzados e pés arrastando enquanto ela me guiava pela floresta, me jogando em cada árvore e cada tronco caído que ela podia encontrar. Sua risada musical adicionada ao absurdo da cena.



Eu ri. “Vou me lembrar disso.”



Não que eu jamais pudesse deixar Bella de novo. Mesmo que ela me mandasse embora, eu gostaria de encontrar uma maneira para vigiá-la. Mas onde estava a palestra sobre a estupidez de tirar minha própria vida? “Você não está chateada sobre a minha… excursão?”



Ela pegou uma revista. “Não”, ela disse, um pouco casual demais. “Eu sempre soube que você ia fazer isso.”



Escutei seus pensamentos, esperando que ela me mostrasse a primeira vez que ela me viu decidir que eu não poderia viver sem Bella, mas tudo que vi foram suas memórias sobre eu vendo Bella através do refeitório de Forks High no ano passado.



“Eu não entendo. Como você sabia?”



Ela suspirou. Edward, eu sei desde a primeira vez que você salvou a vida dela que você e Bella foram feitos para estar juntos. E eu sei o que é encontrar seu companheiro. É muito mais do que apenas amor… é uma totalidade… uma satisfação imensa de completude. É a razão de existir. Perder Bella, depois de experimentar aquela explosão de vida, foi devastador. Seu cabelo negro brilhou na penumbra enquanto eu tentava acompanhar o movimento rápido de sua cabeça indo para frente e para trás. “Você não é o único cuja vida depende de outra.”



Uma nuvem de fumaça violeta encheu sua mente, mas não era minha pira funerária. O futuro de Jasper seguiria um caminho similar, caso Alice falhasse em deixar a Itália com vida. Ela folheou as páginas mas ignorou as fotos, fazendo força para ver o seu futuro verdadeiro – aquele que o tinha correndo através do deserto do Canadá em meu Volvo.



Sua coragem era extraordinária. “Sinto muito”, eu repeti.

Apenas saiba que eu entendo. Seja por nossa dieta ou nossas morais, está claro que os companheiros de nossa família são para toda a vida. Seus pensamentos se afastaram. Victoria claramente não sente o mesmo. O futuro da ruiva era um amontoado de árvores, carros, e uma ocasional vítima ensangüentada. Cruel. Sem planos. Selvagem.



Victoria. A idéia de ela ser capaz de amar qualquer coisa estava perdida em mim. Mas eu queria saber se a hipótese de Alice podia ser verdade. Um conjunto diferente de olhos vermelhos encheu minha visão mental. O que Marcus havia feito antes quando ele havia perdido seu companheiro? Ele poderia ter seguido um caminho que o levasse até dourado ao invés de vermelho?



Alice mudou de marcha abruptamente e de repente me deu um tapa indolor. O som ecoou pela cabine, fazendo com que várias pessoas se mexessem antes de voltarem a dormir. “Mas você tem razão, eu deveria estar com raiva de você. Você deveria ter me ligado depois de ter falado com Rosalie”.



Eu cerrei os dentes. Abençoado com uma irmã que se sacrificaria por mim, eu estava igualmente amaldiçoado com outra irritantemente egoísta. Se Rosalie tivesse mantido sua pequenina e perfeita boca fechada, nada disto teria acontecido.



“Deixe-me lhe contar uma pequena história sobre um sujo e um mal-lavado…”



Ótimo. Eu também era egoísta, mas me ligar 27 vezes só para esfregar em meu nariz o fato de que Bella tinha se matado…



O apoio de braço da cadeira quebrou na minha mão. Não, Rosalie era uma pessoa a quem eu não devia nada – nenhuma desculpa, nenhuma gratidão, nenhum pedido de perdão. Se não fosse por Emmett, eu…



“Edward?” Alice chamou, puxando no meu braço.



Me forçando a respirar o pesado ar, eu deixei minha mão se livrar do plástico retorcido.



“Sim, eu deveria ter ligado para você”, admiti. “Mas eu não conseguia pensar mais.” As “novidades” de Rosalie tinham sido a última gota. Ela me deu a pior razão possível para ligar para Bella e, embora eu dissesse a mim mesmo que eu deveria desligar e me esconder caso Bella atendesse, eu sabia que desligar teria sido a última coisa que teria feito. Ao som da sua voz eu teria começado a voltar para Washington na velocidade da luz, sem desligar a chamada, se possível.



Alice deslizou seus dedos nos meus, me impedindo de prejudicar mais o avião. “Eu entendo. Você não pode sobreviver sem ela.” Ela cutucou meu ombro. “Se você tivesse me ouvido em primeiro lugar!”



“Eu vou prestar mais atenção a partir de agora, prometo.” Afaguei seu cabelo escuro e dei um pequeno sorriso. “Obrigado por nos salvar, mana.”



Ela segurou meu braço com força suficiente para dobrar titânio. “A qualquer hora”.



O som de água correndo no banheiro levou Alice a ficar em pé. “Bem vindo ao lar”, disse ela, dando um beijo na minha bochecha antes de dançar de volta ao seu assento.



O doce aroma de sabão precedeu o reaparecimento de Bella ao meu lado. Antes que ela pudesse atravessar minha frente para o seu lugar, eu peguei sua mão e a convidei para sentar-se comigo. A pausa foi um décimo de segundo mais longa dessa vez.



Seus olhos se encheram de um desejo que eu não podia entender. Sem dizer uma palavra, ela soltou meus dedos e acomodou-se contra mim. Peguei o cobertor que eu tinha posto de lado e coloquei sobre seu corpo, mas ela soltou suas mãos e as descansou em cima.



Alice ocupou-se em analisar a exatidão histórica do filme que passava durante o vôo. Eu sinto falta dos chapéus masculinos, ela lamentou. Os grandes ternos e monstruosas lapelas eu poderia ficar sem. Parei de ouvi-la, removendo suas reflexões para o fundo junto com as mentes dos seres humanos ao nosso redor.



Bella se aconchegou na dobra do meu braço e retomou seu olhar silencioso em meu rosto. Como no vôo de Florença, ela estava claramente ocupada com alguma coisa. Ela mordia os lábios ou enrugava sua testa, e de repente, apagava a expressão, como se tivesse sido pega em um blefe.



Eu queria mais do que qualquer coisa lhe perguntar o que ela estava pensando, mas a covardia era um adversário formidável.



Apesar de toda sua hesitação, esquiva e… cautela? Ela ainda era minha Bella. Eu levei minha mão para o seu rosto e ela apertou-a contra ele, imprensando meus dedos em seu calor humano. Ela suspirou e seus olhos fecharam-se em paz, mas ela se recuperou rapidamente e os abriu de novo.



“Gostaria de assistir um filme?” Eu perguntei, querendo saber se ela já estava entediada comigo.



“Não.” Seus lábios desapareceram entre seus dentes por uma fração de segundo, e ela deixou cair a mão de novo em seu colo. “Mas se você quiser…” ela murmurou.



E tirar meus olhos longe do seu rosto? “Não seja boba.” Eu segui a careta que se formou em seus lábios com a ponta do meu dedo, e fui recompensado com um pequeno suspiro. Suave como veludo…



Me inclinei uma polegada, e sua careta imediatamente apertou debaixo do meu toque. Mesmo sem falar, claramente ouvi o “por favor, não”, que gritou nos olhos de Bella. Foi-se a ansiedade, aparência faminta que ela havia usado tantas vezes em minha presença. O medo residia lá agora, e ao invés disso beijei rápido sua testa.



Paciência, eu disse a mim mesmo. Ela tinha todo o direito, todos os motivos para reter seus pensamentos e seu beijo longe de mim depois do que eu tinha feito. O fato de ela estar em meus braços era mais do que um milagre, e eu deixei minha cabeça encostar contra o banco, satisfeito em desfrutar tudo e qualquer coisa que ela me desse.



Sua expressão se suavizou, e ela soltou sua mão da minha. Tremendo, ela a levou cautelosamente para o meu rosto.



Mais suave que uma brisa de verão, mas com a pura energia de um soldador de arco, sua pele pulsava com vida. Seus olhos se arregalaram quando ela circulou meu queixo, em seguida seguiu o pequeno recuo abaixo do meu lábio. Agora era a minha vez de inspirar profundamente.



Enquanto o rosa tingia seu rosto, um canto de sua boca se curvou momentaneamente. Como tantas de suas expressões, ele também desapareceu em um vazio anormal. A pergunta que eu estava morrendo de vontade de fazer estava presa na minha garganta – que direito tinha eu para interrogá-la? Ela deveria estar brigando comigo, e eu deveria estar de joelhos, implorando-lhe perdão.



Me desculpar com Alice não tinha sido tão difícil, e tentei formar as frases para começar a minha confissão para Bella. Não foi a escassez de palavras que me manteve em silêncio, mas a pura enormidade do que eu tinha para me arrepender que me impedia de falar.



Por falhar em parar Victoria. Por lhe dar razões para pular de um penhasco. Por guiá-la ao coração negro da imortalidade na Itália. Por literalmente jogá-la aos lobos. Pela mentira, a maior mentira. Por propositadamente quebrar seu coração. Por te amar demais… e ainda não ser suficiente.



Tantas coisas pelas quais eu tinha que pagar penitência. Como eu poderia começar a se desculpar? Onde eu poderia começar?



A lista das minhas transgressões continuou a crescer enquanto bebia a beleza de Bella. A visão que Alice mostrou a Aro tinha ilustrado o maior dos meus pecados – que eu era realmente capaz de tirar não só a humanidade de Bella, mas a sua alma. Embora ela tivesse dito muitas vezes que dar um fim à sua vida era o que ela queria, a verdade nua era que eu queria ainda mais.



Eu não pude mais resistir e toquei o rosto dela novamente, copiando seus movimentos. Meu dedo seguiu sua mandíbula e ficou em seu queixo. Inconscientemente, eu me encontrei seguindo a ondulação sutil centralizada abaixo de seus lábios. Para baixo, todo o lado direito do queixo, para baixo de novo, em torno da esquerda.



O símbolo do infinito.



Naquele instante eu vi a visão de Alice mais uma vez: Bella erguendo seu queixo, seu pequeno e vitorioso sorriso enquanto eu me inclinava para sua garganta. A corrida de seu sangue, fluindo logo abaixo de sua pele delicada. Um beijo, depois uma mordida… um último gosto. Em seguida, os gritos começaram.



Vendo que eu poderia realmente trazer-me a tal ato abominável envergonhou-me de maneira indescritível. Imaginando os seus olhos abrindo-se para revelar o vermelho, não o castanho, tanto me enojou quanto emocionou. Eu não podia negar que Bella se tornaria uma vampira formidável – com a coragem que ela constantemente apresentava como humana ampliada, eu teria pena da criatura, mortal ou imortal, criminoso ou Volturi, que se atrevesse a cruzar seu caminho. Sua mente incansável deve se traduzir para algum talento igualmente forte – eu não poderia começar a entender como é que iria se manifestar. Ela seria ainda mais linda, mais independente, mais corajosa.



Correndo um dedo pelo cabelo em torno de sua face humana, eu queria me esbofetear. Como eu era arrogante! Bella já era mais do que eu jamais poderia ser. Pensar que fazendo-a mais como eu era melhorar o que já era perfeito era ridiculamente pretensioso. E amaldiçoá-la com minha monótona existência seria apenas provar o quão monstruoso eu realmente era.



Como eu poderia privá-la da recompensa que ela, acima de todos os outros, merecia? Paz, dormir, descansar… para não mencionar o paraíso. Não. O destino não poderia torcer minha lógica ou desejos de arrancar Bella do destino que ela mais do que merecia.



Alisei sua sobrancelha, prometendo que sua íris continuaria a ser da cor de chocolate derretido, independentemente das minhas fantasias. Ela teria uma vida tão longa e tão cheia de vida quanto eu pudesse dar a ela… se ela me escolhesse.



Cinco pausas para o banheiro e uma refeição de avião horrível depois, o piloto anunciou a nossa chegada em Atlanta. Bella fez uma careta; suas reações foram se tornando cada vez mais exageradas – e mais contraditórias. Para cada gemido ou hesitação prolongada, houve igualmente um suspiro exuberante ou olhar de admiração. Era como se tivéssemos voltado ao passado e eu estivesse a observando de uma mesa de laboratório preta tudo de novo, recusando-me a falar, tentando decifrar suas reações. Eu tinha menos sorte no entendimento seus humores divergentes do que antes.



Se eu apenas pudesse voltar o relógio para aquela época ridícula. Quão pouco eu sabia sobre os danos que eu estava fazendo – ou onde iria acabar. Tão poucas mudanças poderiam ter alterado drasticamente nosso caminho; a maioria teria salvado Bella da dor e do trauma que ela sofreu durante nosso abreviado relacionamento.



Desembarcamos em Atlanta com 93 minutos até o próximo vôo. Bella pediu outro “momento humano.” Seu pulso acelerou enquanto ela caminhava em direção ao banheiro, e eu quase engasguei com o meu terror. Foi em outro banheiro em outro aeroporto onde ela fugiu de mim antes. Não vá – não agora! Por favor…



Alice seguiu logo atrás dela, tentando aliviar a minha preocupação enquanto ela se foi. Vou me certificar de que ela está segura, Edward. Estendi a mão para elas, quando Bella virou as costas, e Alice balançou a cabeça. Aqui não é Phoenix. Nós estaremos de volta.



Independentemente disso, eu andei na frente do banheiro feminino, lutando contra o desejo de espiar usando a mente da minha irmã. Só a pulsação de Bella me deu qualquer sensação de calma. Aquele som era o centro do meu mundo – sem ele eu não tinha nenhum propósito, nenhuma razão de ser.



Finalmente Bella surgiu, e ignorando a vacilação já esperada, a envolvi em meus braços antes de conduzi-la ao nosso próximo vôo.



O aeroporto estava deserto; o nosso era um dos poucos voos que chegavam ao horário não humano das 4 da manhã. Felizmente todos os estabelecimentos estavam fechados, assim Bella não poderia tomar ainda mais cafeína. Alice se afastou para ligar para Jasper novamente – ela sabia que ele tinha chegado em Forks, mas queria assegurar-lhe que agora estávamos perto o suficiente para voltar para casa dirigindo, se necessário.



Nosso portão também estava vazio. Com um aceno, eu ofereci que Bella escolhesse nossos lugares, mas ela recusou.



“Nós podemos apenas andar um pouco?” ela perguntou falando baixo. Não havia ninguém para nos ouvir, mas ela não tinha a energia necessária para elevar a sua voz aos níveis normais. A batalha contra o descanso acabaria em breve.



“Claro.” Voltamos para o saguão. Eu deixei Bella definir o ritmo, combinando com o comprimento de seu passos cansados, mantendo um braço cuidadoso em torno dela. Protegida e aconchegada ao meu lado, ela olhou para a frente com atenção. Sua cabeça só se voltou quando passamos por um relógio, e ela estremeceu.



Relutantemente eu afrouxei meu aperto. “Você gostaria da minha jaqueta?”



Como ela havia feito nos esgotos italianos, ela só se puxou com mais força para mim e apressou o passo. “Não, obrigada. Eu não estou com frio”.



Continuamos até o final do terminal, em seguida, circulamos de volta, passando por um casal de passageiros de terno de negócios que deliberadamente nos ignorou. O tempo passou, Bella evitou olhar para o relógio e algumas de suas hesitações finalmente seguiram um padrão.



Tempo.



Qualquer menção de tempo a incomodava. Essa única percepção trouxe um novo bando de perguntas, a mais óbvia é: “Por quê?” Bella não estava disposta a explicar no entanto, e eu não iria incomodá-la, agora que ela estava tão perto de dormir. Haveria tempo mais do que suficiente para explicações depois que ela se recuperasse de sua jornada… ou não haveria?



Acariciei o cabelo de Bella enquanto caminhávamos, terminando com um beijo em sua testa pálida. A ponta de seu sapato tropeçou em um obstáculo invisível quando eu a beijei e suas bochechas adquiriram a cor das flores de cerejeira na hora que a endireitei. Mas ela não se voltou para mim, não me convidou a beijá-la novamente. Ela não ofereceu seus lábios, e manteve seu sorriso para si mesma.



Outra explicação para o seu embargo ocorreu-me e, e correu fria em minhas veias. E se o meu plano em partir funcionou? Os lábios dela pertenciam a outro?



Chegamos à outra extremidade do terminal, e começamos a voltar ao nosso portão enquanto eu reavaliava cada segundo que passei com Bella. O amor possuía muitas formas – os gregos tinham pelo menos cinco termos para isso – e eu supunha que ela tivesse mantido o mesmo eros romântico para mim que eu havia mantido por ela. Eu também esperava que ela aceitasse que eu não poderia mais ser uma parte de sua vida e que todos os sentimentos positivos em relação a mim se transformassem em ódio. Mas eu tinha subestimado Bella no passado; eu tinha feito isso de novo? Ela era capaz de tanto amor… seu eros tinha se convertido para a leal amizade da philia, ou para a altruísta e carinhosa ágape em relação a mim?



Para quem ela deu seu coração, seu eros agora?



***



Ero: um dos termos gregos para desejo



Philia:um dos termos gregos para atração



Agape: um dos termos gregos para amor


Fonte: Foforks

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